logo-chineloQueridos irmãos,

Sobre a “Lei da Palmada”, aprovada na última terça-feira, também no Senado Federal e apenas aguardando a sanção (dada como certa) da Presidente do Brasil, o que tenho a dizer?

1. Primeiro, que o Estado não tem o direito, assegurado por nossa Constituição Federal, de interferir na educação que os pais devem dispensar aos seus filhos em um ambiente cercado de amor e cuidados paternais. Quem deve decidir o que eles devem comer e beber, onde vão estudar, que religião seguir, se merecem ou não correção e disciplina são seus pais, não o Estado.

2. Segundo, do mesmo modo que alguns acreditam ser desnecessária a disciplina física, outros defendem ser ela necessária em situações específicas da formação de seus filhos, e isso não tem nada a ver com espancamentos, torturas, humilhações, todas já condenadas por Lei! Todos sabem disso. Ninguém deve ser torturado, espancado, humilhado e morto, muito menos uma criança. Quem faz isso, deve sofrer as penas previstas em nosso código penal.

3. Terceiro, todos aqueles que um dia apanharam de seus pais quando crianças, não se transformaram em “rebeldes sem causa”. Não são poucos, assim como eu, que ainda hoje agradecem a Deus as benditas palmadas que levaram quando precisaram.

Quando D. Vilma Rocha, minha mãe, morreu aos 36 anos de idade, eu tinha apenas 09 anos. Ela sempre me ensinou a respeitar os mais velhos. Um dia, quando eu a desrespeitei publicamente, desafiando sua autoridade… Bendito cinturão! Quando ela um dia, descobriu que eu era doutor em “mentiriologia”, achando debaixo da minha cama um pilha de lições de casa sem fazer… Bendita chinelada! Quando usava minhas mãos para machucar com maldade e violência meus irmãos, lá estava ela me corrigindo e ensinando a ser homem… Benditos “bolos” que levei nas mãos!

Nada disso me traumatizou ou me deixou revoltado, nem a mim ou aos meus irmãos. Porque quando olhávamos para D. Vilma, não contemplávamos uma assassina sanguinária, algoz torturadora de filhos, mas, uma verdadeira mãe! Que entendia que de vez em quando, precisávamos de uma boa “surra”. Nenhum filho se revoltou contra ela, mas ainda hoje sentimos a sua ausência, seus conselhos, seu amor, suas palavras carinhosas e às vezes firmes, tudo para o nosso bem.

“Não removas os marcos antigos que puseram teus pais”(Pv 22.28). Remover os marcos antigos, estabelecidos no passado não é bom. O que mais vemos hoje? Filhos desrespeitando e até batendo em seus próprios pais na presença de todos, enquanto estes sem reação, se mostram verdadeiros “pai-lhaços”. No futuro, essa famigerada lei criará uma geração mimada e intolerante, sem freios e arrogante.
De acordo com o Disque 100, serviço gratuito de denúncias por telefone da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, dados de 2013 informam que filhos e netos são os principais agressores de idosos e as mulheres são as principais vítimas.

“Entre 71.358 suspeitos de agressão mencionados nas denúncias, os filhos foram apontados como agressores em 36,6 mil vezes, ou 51,5% do total. Os netos estão entre os responsáveis por 5,9 mil casos, ou 8,25%. As vítimas são do sexo feminino em 28,3 mil, ou 64% dos casos” (http://ultimosegundo.ig.com.br).
A matemática é simples: nossa nação já começou a colher o que plantou. “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).

Eu não sei vocês, mas diante do desafio de obedecer a Deus ou aos homens, me esforçarei por seguir firme a Lei de Deus. Não vou deixar de pregar e ensinar o que a Bíblia diz em Provérbios 29.15: “A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe”. Definitivamente, eu e a minha casa serviremos ao Senhor!

Pr. Alan Kleber