Então, falou Deus todas estas palavras: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão (Êx 20:1-2).

Como a Lei vem de Deus, a melhor forma de entendê-la é começando com o próprio Deus. É exatamente isso que o livro do Êxodo faz ao começar a sua apresentação dos Dez mandamentos, também conhecido por decálogo (que literalmente significa “dez palavras”). Começa com Deus: “Então, falo Deus todas essas palavras, dizendo” (Êx 20:1).

Saber quem Deus é e o que Ele fez pelo seu povo é vital para uma resposta irresistível de amor e obediência sincera às suas ordenanças. Como disse REIFLER, em seu livro a ética do Dez Mandamentos: “Nosso amor é a resposta de gratidão ao amor divino Guardar os mandamentos é a resposta da ação divina. Podemos constatar isso no capítulo 19 de Êxodo quando nos é relatado a gloriosa entrega dos Dez Mandamentos. Deus desceu com grande poder e glória no Monte Sinai. Os israelitas tinham entrado na presença do Deus maravilhoso e Todo-Poderoso, que vive na santidade inacessível. Obviamente, para não serem mortos, eles foram proibidos de chegar mais perto Monte. Essa exigência apontava não só para o temor e a obediência, mas também, para a mais completa e cuidadosa atenção que deveria ser dada à sua Palavra. Ou seja, não era apenas a Lei de Moisés que estava sendo entregue ao povo, mas a Lei de Deus falada e escriturada na revelação da sua glória.

A revelação mais gloriosa de Deus no Monte Sinai não foi quando os trovões, o fogo e a fumaça se agitavam, confirmando a presença de Deus ali, mas quando Ele começou afalar. Ele disse: “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êx 20:2). Nesse prefácio aos Dez Mandamentos, Deus defende sua autoridade como legislador. Sobre isso a firma o Catecismo de Westminster: “O prefácio dos Dez Mandamentos ensina-nos que temos a obrigação de guardar todos os mandamentos de Deus, por ser Ele o Senhor nosso Deus e Redentor” (Resposta 44). Assim, antes de entregar os seus mandamentos, Deus lembra a nós quem Ele é: “nosso Deus Criador, nosso Deus pessoal e nosso Deus Redentor”. Vejamos:

Ele é o nosso Deus Criador – Quando Deus Diz “Eu sou o Senhor”, Ele aqui usa seu nome especial da aliança. Com isso, Ele está dizendo que é o grande EU SOU, o Criador e dono de tudo e todos (Sl 100:3). O Senhor Soberano e Todo-Poderoso. Ele é o Deus supremo, autoexistente, eterno, imutável, que se comprometeu com Abraão, Isaque e Jacó por meio da promessa inquebrável de sua aliança.

Ele é o nosso Deus pessoal: “Eu sou o Senhor, teu Deus”. O fato de Deus usar a segunda pessoa do singular indica que Ele tem um relacionamento pessoal com cada um de nós, seu povo. Seus olhos estão sobre os que o temem (Sl 33:18a). “Teu”, também é um pronome possessivo e indica que esse também é um relacionamento de auto abnegação divina. Ele se deu por nós salvadoramente na pessoa de se Filho Jesus Cristo para que a nossa comunhão com Ele fosse completa, perfeita e eterna.

Ele é o nosso Deus Redentor – “Que te tirei da terra do Egito da casa da servidão”. Isso o nosso Deus é fiel e não muda de opinião. Ele atua, age e liberta seu povo. Essa é a forma de Deus resumir tudo o que tinha acontecido até agora no Êxodo. Ele não é somente o Senhor e Deus de seu povo, mas também o seu Redentor. Foi sobre esta base que a Lei foi estabelecida a todo crente. Por intermédio da obra de salvação de Jesus Cristo, crucificado e ressurreto, Deus é o nosso soberano Senhor e particular Salvador. Por isso, ele tem o direito de reivindicar autoridade legal sobre nós. A Ele pertence toda autoridade no céu e na terra.

Pr. Nilton