Êxodo, segundo livro da Bíblia escrito por Moisés, conta a história da libertação do povo de Israel do cativeiro egípcio, que por 400 anos viveu debaixo da opressão de Faraó. Deus ouve o clamor de seu povo, e providencia um redentor; seu nome? Moisés, aquele que foi retirado das águas. Como profeta, Moisés foi enviado até Faraó, para dizer em nome do Senhor, que este libertasse o povo de Deus da escravidão e o deixasse ir livremente para o deserto.

O duro coração de Faraó não atendeu a ordem de Deus. O Egito, então, experimentou o juízo divino por meio de dez pragas (Êx 7.14–12.36) – (1) as águas tornaram-se sangue, (2) rãs, (3) piolhos, (4) moscas, (5) peste contra os animais, (6) úlceras, (7) chuva de pedras, (8) gafanhotos, (9) trevas, (10) morte dos primogênitos – sendo Israel preservado em todas estas coisas.
Entre o anúncio e a execução da décima praga, o Senhor institui um memorial, um estatuto perpétuo, denominado a “Páscoa do Senhor” (Êx 12.11). A palavra “Páscoa” (do hebraico “Pessach”, na língua grega “Pascha”) quer dizer simplesmente “passagem”. O sentido da palavra “páscoa”, entretanto, ganha força nas palavras daquele que institui e determina o que deveria ser feito pelo povo pactual e o que haveria de acontecer: “Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR. O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito” (Êx 12.12, 13).

Moisés então transmite o mandamento do Senhor ao povo e este faz tudo àquilo que lhe foi ordenado. Um cordeiro sem defeito deveria ser morto; seu sangue aspergido nas ombreiras e vergas das portas; sua carne assada no fogo comida com pães asmos e ervas amargas (Êx 12.7-10). O sangue inocente derramado seria o “sacrifício da Páscoa ao SENHOR” (Êx 12.26, 27). Deus feriria os egípcios, mas preservaria a Israel por meio de um sacrifício.

Quando vossos filhos vos perguntarem

Cordeiro ou coelho? Sangue ou ovos de chocolate? Sacrifício ou diversão? Não precisamos enfatizar aquilo que todo o crente já sabe. Páscoa não tem nada a ver com coelhos ou ovos de chocolate. Contudo, é importante que reafirmemos biblicamente algumas coisas para os nossos filhos:

(1) A história de Moisés e do povo de Deus no passado aponta para o Redentor dos eleitos de Deus e sua Igreja hoje. Ele nos libertou das trevas e nos transportou para o reino do Filho de seu amor, no qual temos a redenção e a remissão dos nossos pecados (Cl 1.13, 14).

(2) Cristo, nosso libertador, instituiu na noite em que foi traído uma nova Páscoa, a Santa Ceia do Senhor, substituindo o velho pelo novo (Mt 26.26-30). O juízo divino cairia sobre Ele; seu sangue seria derramado para salvar o seu povo de seus próprios pecados (Mt 1.21).

(3) Na celebração da Santa Ceia anunciamos a morte do Senhor, mas também o seu retorno, uma vez que ele triunfantemente ressuscitou (1Co 11.26). Porque ele vive, nós temos uma viva e real esperança escatológica.
Concluindo…

Precisamos falar para as gerações futuras o que nosso Senhor Jesus fez por nós: “Queridos filhos, vocês não precisam sacrificar mais cordeiros, porque o Cordeiro de Deus sacrificou a vida por vocês! Vocês precisam crer em Jesus, na sua morte e ressurreição para serem salvos. Esse é o verdadeiro sentido da Páscoa!”.

Portanto, “lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado… celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade” (1Co 5.7, 8).

Pr. Alan Kleber