John Flavel (1627-1691) foi um pastor puritano, um presbiteriano inglês e prolífico autor de livros. Baseado em Isaías 53.12 (“Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu”)

Flavel trata do Pacto da Redenção entre o Pai e o Filho, destacando as seguintes verdades:

1. O trabalho do Filho neste Pacto.

3. O respeito ou relação entre o Pai e o Filho.

Em suas aplicações práticas para o cristão, o famoso puritano nos apresenta um relato imaginário entre a conversa do Pai com o Filho por nossa salvação, nos dando a oportunidade de quase tocar as portas do céu e contemplar ao nosso Deus com lágrimas de amor em nossos olhos. Apresento abaixo um trecho desse maravilhoso artigo:

“Aqui, poderias supor o que o Pai disse quando realizou seu pacto com Cristo por ti”
O Pai: Meu Filho, eis aqui uma pobre e miserável companhia de almas que destruíram completamente a si mesmas e agora manifesto a minha justiça! Minha justiça demanda que seja satisfeita a si mesma na ruína eterna de todos eles: O que se fará por essas almas?

Então, Cristo responde dessa maneira:

O Filho: Oh meu Pai, tal és o meu amor e a minha compaixão por eles, que em vez de perecerem eternamente, Eu me farei responsável por eles como seu Fiador; traga-me todas as suas dívidas, para que eu possa ver tudo o que te devem; Senhor, traga-me todas elas, para que não haja dívidas futuras para eles; coloque-as na minha conta. Preferirei sofrer a ira que merecem para que eles não sofram: sobre Mim, meu Pai, sobre Mim seja toda a dívida que pertence a eles.
O Pai: Mas, meu Filho, se tu te comprometes por eles, deves avaliar o pagamento até o último centavo, não esperes nenhum apaziguamento; se Eu os perdoar, não Te perdoarei a Ti.

O Filho: Eu aceito, Pai, que assim seja; carregarei tudo sobre mim, Eu Sou capaz de cumprir; e ainda que isto provoque um tipo de ruína para mim, ainda que empobreça todas as minhas riqueza, esvazie todos os meus tesouros (pois assim verdadeiramente aconteceu, 2Co 8.9: “pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos”), porém, estou contente em realiza-lo.

Corai de vergonha, ó crentes ingratos! Deixem que ela cubra seus rostos! Julgai a vós mesmos agora, se Cristo tem merecido que devam ficar com Ele por ninharias, que devam encolher em algumas pequenas dificuldades, e reclamar, isso é difícil, e isso é duro? Oh, se vós conhecêsseis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo nesta sua maravilhosa condescendência pelos seus, jamais fariam isso”.

Fonte: The Covenant of Redemption Between the Father and the Redeemer, www.apuritansmind.com
Tradução: Pr. Alan Kleber Rocha