Caros irmãos, neste Dia do Senhor, a Igreja se reúne para renovar sua fé em Cristo, nosso Salvador e Rei. Pela manhã e pela noite seremos conduzidos pela Palavra a contemplar duas verdades fundamentais: o amor verdadeiro do discípulo, manifestado em obediência (Jo 14:21–31), e o triunfo incontestável do Reino de Deus sobre todos os inimigos (Nm 24:20–25).

O Amor que obedece

Na liturgia da manhã, meditaremos sobre a promessa de Cristo de manifestar-se aos que O amam e guardam os Seus mandamentos. O verdadeiro amor não é mero sentimento, mas obediência amorosa ao Senhor. Nosso Senhor declarou: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama” (Jo 14:21). Aqui se desfaz qualquer ilusão de que o amor cristão seja apenas afeto ou emoção. O amor bíblico é inseparável da obediência. Como ensinava Richard Baxter, o piedoso puritano de Kidderminster: “Amar a Cristo sem obedecer-lhe é apenas falar de amor, mas não possuí-lo”. O amor cristão se expressa na vida santa, na renúncia do pecado e na devoção prática ao Senhor.

Aqui encontramos conforto: não estamos sós, pois o Consolador nos ensina todas as coisas e nos lembra as palavras do Mestre. Assim, ao obedecermos a Cristo, experimentamos sua paz, uma paz que o mundo não pode dar. Não basta falar de Cristo; é preciso andar com Ele em santidade. O verdadeiro amor se revela na prática da justiça, na mortificação do pecado e no zelo pela glória de Deus. Thomas Watson escreveu: “A obediência é a melhor prova de amor; palavras são apenas folhas, mas a obediência é o fruto”.

Ao mesmo tempo, essa obediência não é fria, mas alimentada pela promessa da presença do Espírito Santo, que nos ensina e consola. Cristo nos dá a sua paz — uma paz que não depende das circunstâncias, mas que nasce da certeza de que Ele habita conosco. É o amor que obedece que gera descanso à alma e comunhão verdadeira com o Senhor. Como disse Watson: “O Espírito é o livro vivo que explica a Cristo aos nossos corações”.

O Reino que vence

À noite, a Palavra nos levará às profecias de Balaão, que apesar de ser um profeta corrupto, não pôde deixar de proclamar a vitória do Reino de Deus. Em Números 24:20–25, vemos a sentença divina contra as nações rebeldes e a afirmação da soberania do Senhor sobre toda a história. Amaleque, outrora primeiro entre as nações, pereceria para sempre. Assim aprendemos que os reinos deste mundo são passageiros, mas o Reino de Cristo permanece para sempre.

Aqui se encontra um princípio consolador: os reinos humanos, mesmo poderosos, são passageiros, mas o Reino de Cristo é eterno. John Owen, o grande teólogo puritano, escreveu: “Os inimigos do Reino de Cristo podem rugir e se exaltar, mas não podem prevalecer contra aquilo que foi estabelecido pelo decreto eterno do Pai”. O Reino vencedor não é uma utopia, mas a certeza de que Cristo reinará até que todos os Seus inimigos sejam colocados debaixo de Seus pés (1Co 15:25).

O Reino de Cristo já é uma realidade presente, pois Ele reina à destra do Pai, e ao mesmo tempo é uma esperança futura, pois chegará o dia em que todo joelho se dobrará diante d’Ele (Fp 2:10–11). Essa certeza sustenta o povo de Deus em meio às lutas da vida e da história.

Aplicação Pastoral

A aplicação para nós é clara: somos chamados a viver em amor obediente e a confiar no governo soberano do nosso Redentor. Pela manhã, Cristo nos conforta com Sua presença; à noite, Ele nos fortalece com a certeza da vitória do Seu Reino. Como disse o puritano Samuel Rutherford: “Mesmo que o mundo inteiro se levante contra Cristo, ainda assim Ele triunfará, e nós com Ele”.

Neste domingo, ergamos nossos corações em adoração, sabendo que o Senhor habita conosco pelo Espírito Santo e que o Seu Reino não terá fim. O amor que obedece e o Reino que vence são as duas colunas que sustentam a esperança cristã. Que possamos viver, adorar e testemunhar a grandeza do nosso Deus, com a confiança de que o Cordeiro já venceu e nos chama a segui-lo com fidelidade.

Que esta esperança molde nosso culto e nossa vida: obedecer com amor e esperar com confiança. Assim viveremos como povo do Cordeiro, testemunhando neste mundo que “o reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap 11:15).

Oração Final

Senhor Todo-Poderoso, nós te bendizemos porque em Cristo nos revelaste o amor verdadeiro e nos deste a vitória do Reino eterno. Ensina-nos a obedecer aos teus mandamentos com alegria e a esperar com firmeza o triunfo do teu governo. Que a tua paz habite nossos corações e que a tua glória encha a terra, até o dia em que veremos o Rei em sua beleza. Por Jesus Cristo, nosso Senhor.

Amém.

Pr. Alan Kleber

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