(1Pe 3.13-22)

Nesta seção da carta, Pedro tem por finalidade abordar uma das bem-aventuranças, a de sofrer por causa da justiça, tendo como exemplo disso, a vida e obra do Senhor Jesus.
Nos versículos 13-17, o apóstolo fala sobre a bem-aventurança de sofrer por causa da justiça. Os versículos 13 e 14 lembram as palavras de Cristo registradas no evangelho de Mateus, que diz:
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós” (Mt 5.10-12).
Pedro adiciona um imperativo a bem-aventurança de sofrer por causa da justiça, ao afirmar o seguinte:
“Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados”. Tais palavras levam nosso pensamento para o que o Senhor Jesus disse:
“Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mateus 10.28).
O Evangelista João também registrou palavras do Senhor neste sentido:
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim”; “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14.1, 27).
Nos versículos 15 e 16, Pedro diz o modo como obedecer ao que foi dito, que é:
“estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós”. A resposta dos forasteiros deve ser em tom de apresentar defesa, a qual deve ser realizada “com mansidão e temor, com boa consciência” (v. 16). O resultado da obediência a esta orientação é que, “naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo” (v. 16).
Pedro finaliza a primeira parte dessa seção, afirmando que a bem-aventurança de sofrer por causa da justiça, está condicionada à vontade de Deus (v. 17).
Na segunda parte desta seção (vv. 18-22), o apóstolo aponta para Cristo, pois ele é o maior exemplo quando o assunto é sofrer por causa da justiça. Sobre este modelo, Cristo, Pedro menciona sua humilhação e exaltação. Contudo, Pedro enfatiza a exaltação de Cristo, pois ele foi morto na carne; mas vivificado no espírito, subiu ao céu, está assentado à destra de Deus, tendo anjos, potestades e poderes subordinados a ele. Este é o Cristo Vitorioso.
Uma vez que os peregrinos sofrem por causa da justiça, Pedro apontou para eles um alvo poderoso e vitorioso, o Filho de Deus. Estas palavras encorajam os forasteiros e peregrinos de todos os tempos. Portanto, nós, os peregrinos nesta era, devemos viver confiantes nestas palavras, santificando Cristo como Senhor em nosso coração, defendendo a razão da esperança que há em nós com mansidão e temor, e sempre olhando para nosso modelo perfeito, o Cristo Vitorioso.
Em Cristo,
Pr. Élisson Oliveira.