
O capítulo 11 da carta aos hebreus é conhecido como a galeria dos heróis da fé. Nele, vemos nomes dos santos do passado, homens e mulheres de Deus, os quais viveram neste mundo por fé. Um dos heróis da fé mencionados neste capítulo, é Moisés.
Nos versículos 23-29, o autor tem por objetivo apresentar um resumo da vida de Moisés, começando com o seu nascimento, e indo até o momento em que Deus libertou completamente seu povo da escravidão no Egito ao atravessarem o mar Vermelho, pela instrumentalidade de Moisés.
O versículo 23 fala da circunstância turbulenta na qual Moisés nasceu, pois o rei havia decretado a morte de os filhos machos nascidos entre os hebreus. “Pela fé, Moisés, apenas nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram que a criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei” (Hb 11.23). Entretanto, o decreto de Deus acerca de Moisés era muito mais importante do que o decreto de Faraó, ou seja, Moisés foi preservado com vida ao ser tomado como filho pela filha de Faraó.
Na fase adulta, Moisés teve o seguinte ato de fé: “Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão” (Hb 11.24–26).
A próxima ação de Moisés mencionada pelo autor aos hebreus é sua saída do Egito, pois “pela fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível” (Hb 11.27). Moisés, pela fé, viu aquele que é invisível, pois Deus falou com ele na sarça ardente. O senhor o enviou para libertar seu povo da escravidão, e assim, ele retornou para o Egito.
Por meio de Moisés, Deus destruiu os deuses egípcios, e por fim, matou os primogênitos destes, mas os primogênitos dos israelitas, não, conforme afirma o versículo 28:
“Pela fé, celebrou a Páscoa e o derramamento do sangue, para que o exterminador não tocasse nos primogênitos dos israelitas” (Hb 11.28).
A celebração da Páscoa e o derramamento de sangue para a salvação dos primogênitos israelitas, foi o momento inicial desta salvação, pois a libertação completa aconteceu quando o povo atravessou o mar Vermelho:
“Pela fé, atravessaram o mar Vermelho como por terra seca; tentando-o os egípcios, foram tragados de todo” (Hb 11.29).
Em tudo isto podemos ver a bondade de Deus para com o seu povo, pois ele o salvou da escravidão, através de seu servo Moisés, o qual viveu por fé. A fé de Moisés o levou a falar de alguém maior do que ele, Cristo.
Cristo foi alvo de um decreto de Herodes, o qual tinha por finalidade matar todas as crianças de dois anos para baixo. Todavia, o decreto de Deus Pai tinha por objetivo a permanência de seu Filho neste mundo. Cristo cresceu em estatura e graça diante de Deus e dos homens. Cristo fez a vontade Deus em todo o tempo, pois esta era sua comida e bebida. Cristo não temeu as autoridades, mas permaneceu firme no propósito para o qual veio a este mundo. Cristo celebrou a Páscoa com seus discípulos, momento no qual foi instituída a Santa Ceia, a qual tem dois elementos: o pão e o vinho. Sobre estes, está escrito: “Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mt 26.26-28). Cristo deu o seu corpo e derramou o seu sangue.
O resultado da vida e obra de Cristo é a nossa salvação, pois o primogênito de Deus morreu em nosso lugar. Em Cristo, fomos libertados do poder do pecado, nele, atravessamos o “mar Vermelho”. Sendo assim, entoemos cânticos ao Senhor.
Em Cristo, o autor da fé,
Rev. Élisson Oliveira.