A Videira Verdadeira e o Zelo pela Santidade do Senhor

Caros irmãos,

Neste Dia do Senhor, somos chamados a contemplar duas mensagens que, à primeira vista, parecem distantes entre si, mas que na verdade estão profundamente ligadas pela mesma realidade espiritual: a união vital com Cristo e o zelo pela glória de Deus. Pela manhã, ouviremos as palavras do Senhor Jesus: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (Jo. 15:1). À noite, seremos desafiados com o relato do zelo de Finéias, que, movido por amor ao Senhor, interveio para deter a praga que assolava Israel por causa da idolatria e imoralidade (Nm. 25). Ambos os textos nos ensinam que o nosso relacionamento com Deus não é neutro. Estamos sendo chamados a uma vida de santidade e frutificação em Cristo, rejeitando tudo o que nos afasta Dele.

Jesus se apresenta como a Videira Verdadeira, em contraste com Israel, que frequentemente foi descrito no Antigo Testamento como uma vinha infrutífera (Is. 5:1-7; Jr. 2:21). Ele é a fonte da vida espiritual.  Como ramos, somos totalmente dependentes d’Ele: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Assim como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim” (Jo 15.4). Essa união com Cristo não é apenas uma doutrina abstrata, mas uma realidade prática. Hughes Oliphant Old lembra que: “Viver em Cristo significa ter nossas vidas enraizadas na graça do Evangelho, nutridas continuamente pela Palavra e pela oração, e expressas em frutos visíveis de justiça.”

O Pai, como agricultor, poda os ramos para que produzam mais frutos. Esse processo pode ser doloroso, pois envolve correção, provação e disciplina, mas tem um propósito glorioso: conformar-nos à imagem de Cristo. Por outro lado, ramos que não produzem fruto são cortados e lançados fora. Isso nos lembra da seriedade da nossa vocação: não basta estar externamente ligado à videira; é necessário ter vida verdadeira em Cristo.

À noite, seremos conduzidos a um episódio dramático na história de Israel. O povo, após a astuta sedução dos moabitas, uniu-se à idolatria e à imoralidade (Nm. 25:1-3). A ira do Senhor se acendeu contra eles, e uma praga começou a destruir a nação. Nesse contexto, surge Finéias, neto de Arão, que, tomado por um zelo santo, age com coragem e interrompe a rebelião. O texto diz que ele “fez expiação pelos filhos de Israel” (Nm 25.13). Não porque o ato violento de Finéias tivesse poder de expiar pecados em si mesmo, mas porque ele apontava para Cristo, que, com zelo perfeito, entregou-se por nós na cruz, consumando a verdadeira expiação.

João Calvino em seu sermão sobre Números 25, comenta: “Finéias não buscava glória para si, mas demonstrava o quanto devemos amar a honra de Deus, a ponto de nos opormos ao pecado com toda firmeza, ainda que isso nos custe caro.” O zelo de Finéias não foi mera raiva humana. Foi amor ardente pela santidade de Deus, algo que muitas vezes falta em nossos dias, em uma cultura que relativiza o pecado e teme mais a aprovação dos homens do que a de Deus.

Se pela manhã ouviremos o chamado para permanecer em Cristo, à noite seremos lembrados de que não há permanência sem santidade. Um ramo verdadeiramente unido à Videira produzirá frutos que glorificam a Deus. Mas, se tentarmos nutrir nossa alma com os “ídolos de Moabe” — as seduções deste mundo —, estaremos nos desligando da fonte da vida. Assim como o agricultor poda para que haja mais fruto, o zelo de Deus purifica a sua igreja. Cristo, a Videira, não permitirá que os ramos infrutíferos contaminem a vinha inteira. Esse zelo divino deve nos mover a uma vida de vigilância, arrependimento e compromisso com a santidade. Jonathan Edwards escreveu: “Onde o zelo por Deus arde no coração, ele não apenas nos impulsiona a fugir do pecado, mas também nos leva a trabalhar ativamente para a glória de Deus.”

APLICAÇÕES PRÁTICAS

1. Permaneça em Cristo pela fé. Busque diariamente a Palavra, a oração e os sacramentos como meios de graça. A verdadeira frutificação começa com uma vida enraizada em Cristo.

2. Rejeite os ídolos modernos. Assim como Israel foi seduzido por Moabe, nós também somos tentados a adorar o conforto, a aceitação social e os prazeres imediatos. Lembre-se: esses falsos deuses trazem destruição.

3. Cultive um zelo santo. O zelo não é fanatismo nem violência, mas uma devoção ardente que se traduz em amor pela santidade e pela glória de Deus. “Sede zelosos e arrependei-vos” (Ap. 3:19).

4. Frutifique para a glória de Deus. Que sua vida seja um testemunho vivo de que você está unido à Videira. Os frutos visíveis — caráter transformado, boas obras, evangelização — são sinais de verdadeira comunhão com Cristo.

Oração:
Senhor Deus, Agricultor celestial, nós te louvamos por teu Filho, a Videira Verdadeira, que nos dá vida e sustento. Pedimos que nos limpes de todo pecado, podando o que é inútil, e fazendo-nos frutificar para a tua glória. Dá-nos, ó Pai, o zelo de Finéias, não em violência humana, mas em santidade e amor, para que sejamos instrumentos de pureza na tua igreja. Preserva-nos dos ídolos que seduzem nossos corações e mantém-nos firmes em Cristo. Em nome Dele, nosso Redentor e Senhor, oramos. Amém. Pr. Alan Kleber

Escolha um de nossos canais de comunicação e entre em contato conosco

Fale Conosco

Escolha um de nossos canais de comunicação e entre em contato conosco

Fale conosco

Sobre Nós

Organizada no dia 13 de dezembro de 1901, a Igreja Presbiteriana de Aracaju (IPA) faz parte de uma federação de igrejas denominada Igreja Presbiteriana do Brasil, estabelecida em nosso país desde 1859 (162 anos)…

Contato

Copyright © 2024 Igreja Presbiteriana de Aracaju