(Êx 20.15)

Os dez mandamentos nos ensinam sobre a adoração a Deus (os quatro primeiros mandamentos) e acerca do serviço a Deus (os seis últimos mandamentos).
Ao ser interrogado por um intérprete da Lei acerca do grande mandamento na Lei, Jesus disse:
“Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” (Mt 22.37-40).
A resposta de Jesus resume os dez mandamentos, pois o “grande e primeiro mandamento” é um resumo dos quatro primeiros, e o “segundo”, um resumo dos seis últimos mandamentos. O oitavo mandamento se encontra na segunda tábua da Lei e na segunda parte da resposta de Jesus.
Agora, atentemos para uma interpretação confessional do oitavo mandamento, a qual nos ensina sobre a exigência e proibição deste mandamento.
A exigência do oitavo mandamento é a de “que procuremos o lícito adiantamento das riquezas e do estado exterior, tanto o nosso como o do nosso próximo” (BCW, P/R 74).
Os seguintes textos bíblicos fundamentam esta exigência:
“Procura conhecer o estado das tuas ovelhas e cuida dos teus rebanhos” (Pv 7.23).
“Se encontrares desgarrado o boi do teu inimigo ou o seu jumento, lho reconduzirás. Se vires prostrado debaixo da sua carga o jumento daquele que te aborrece, não o abandonarás, mas ajudá-lo-ás a erguê-lo. Não perverterás o julgamento do teu pobre na sua causa” (Êx 23.4-6).
Quanto à proibição, o oitavo mandamento “proíbe tudo o que impede ou pode impedir, injustamente, o adiantamento da riqueza ou do bem-estar, tanto nosso como do nosso próximo” (BCW, P/R 75).
Três versículos bíblicos fundamentam esta proibição:
“O que lavra a sua terra virá a fartar-se de pão, mas o que se ajunta a vadios se fartará de pobreza” (Pv 28.19).
“Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (1Tm 5.8).
“Atendei, agora, ricos, chorai lamentando, por causa das vossas desventuras, que vos sobrevirão. As vossas riquezas estão corruptas, e as vossas roupagens, comidas de traça; o vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e há de devorar, como fogo, as vossas carnes. Tesouros acumulastes nos últimos dias. Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos” (Tg 5.1-4).
Esta interpretação do Breve Catecismo de Westminster acerca do oitavo mandamento, nos faz perceber a aplicabilidade do mesmo em nosso viver diário.
Que o Senhor nos ajude a obedecer o oitavo mandamento de sua santa Lei, atentando para a exigência e proibição do mesmo, com os olhos fitos em Cristo, pois ele obedeceu perfeitamente o oitavo mandamento da Lei de Deus em sua vida e obra.
Em Cristo,
Rev. Élisson Oliveira.