O SENHOR é a minha porção

Salmo 16

Leia o Salmo 16

Este salmo é um apelo por libertação, mas ao mesmo tempo está impregnado de grande confiança e esperança. Como uma oração oferecida em nome do Senhor Jesus, não devemos nos surpreender com o peso da glória contida no Salmo 16.

Divisão do Salmo

Nosso salmo pode ser dividido em três seções:

Verso 1. A primeira seção é um simples apelo dirigido por Davi a Deus para preservá-lo como alguém que realmente confiou em Seu Senhor.

Versos 2-4. A segunda seção contém as várias evidências que Davi pode apontar, que indicam que seu apelo por libertação não é hipócrita.

Versos 5-11. A terceira seção exibe a fé além de todo cálculo humano diante do sofrimento e da provação.

Portanto, este salmo se divide desta forma: apelo, evidências e confiança exultante.

Analisando o Salmo

1a Parte.

Davi começa pedindo a Deus para preservá-lo. O apelo é simples e direto (v. 1). Embora não saibamos a ocasião da composição do salmo, ele claramente envolvia a perspectiva da morte. O salmista confia em Deus completamente, e o faz de tal forma que o perigo evidente em que ele se encontra não perturba o tom da sua canção.

2a Parte.

Esta é a verdadeira sinceridade diante de Deus. Davi se comprometeu inteiramente com o Senhor (v. 2). Mas, ao mesmo tempo, ele sabe que sua própria bondade não acrescenta nada a Deus — sua bondade “não se estende” a Ele. Deus derrama bênçãos sobre nós; nós não derramamos bênçãos sobre Ele. E ainda assim, nossa incapacidade de “contribuir” para Deus não nos deixou sem recurso. Deus é substituído por Seus santos, e assim Davi pode estender sua bondade aos santos na terra, aos excelentes, em quem ele se deleita (v. 3). Ele estende bondade a Deus estendendo bondade ao povo de Deus. Em outras palavras, não podemos amar a Deus e odiar Seu povo.

Davi rejeita a loucura da idolatria — ele não terá comunhão com as libações de sangue dos idólatras e nem mesmo dirá seus nomes (v. 4). Aqueles que adoram ídolos estão simplesmente multiplicando tristezas para si mesmos. Como o puritano Matthew Henry disse, aqueles que acham um Deus muito pequeno correrão para a idolatria, apenas para descobrir que dois deuses são muitos e cem deuses são poucos. Cada ídolo é uma tristeza adicional, cada imagem esculpida é uma tristeza adicional.

3a Parte.

A terceira parte do salmo revela a porção gloriosa de Davi e é cheia de esperança e glória exultante. É também a parte do salmo citada no Novo Testamento de forma a revelar a profundidade da intenção de Deus ao inspirar esse maravilhoso cântico.

Primeiro, o Senhor é sua porção. Deus é quem mantém a porção de Davi (v. 5). Deus não tem problemas em manter essa porção porque Deus é essa porção. Davi não é um levita, mas se alegra com o que os levitas tipificam:

“Pelo que Levi não tem parte nem herança com seus irmãos; o SENHOR é a sua herança, como o SENHOR, teu Deus, lhe tem prometido” (Dt. 10:9; Nm. 18:20).

Deus não é somente a porção do Senhor de Davi, o Senhor é o cálice de Davi. Mas, precisamo ver isso de forma mais ampla — Deus era a porção do nosso Senhor, e Deus era o cálice do nosso Senhor. O cálice que Jesus bebeu na cruz foi muito mais do que apenas sofrimento físico.

Segundo, Davi estava encantado com suas linhas agradáveis. A terra de Canaã foi repartida por sorteio, e era necessário que todo o povo de Deus se contentasse com essa cota. Esse contentamento deve ser estendido à “sorte” de alguém na vida. Você se considera injustiçado pelos dados que caem?

“A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda decisão” (Pv. 16:33).

Considere o que o Senhor Jesus esperava quando cantou este salmo. Ele queria que o cálice passasse Dele, e ainda assim se submeteu ao Pai:

“… olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus” (Hb. 12:2).

Terceiro, devemos considerar as “rédeas de instrução”. As rédeas são os rins e, no hebraico, a figura fala das afeições e emoções (ver Jr. 11:20; Jó 19:27). As rédeas estavam profundamente nos lugares secretos, envoltas em gordura. Tanto Davi quanto o Senhor Jesus bendizem a Deus e recebem conselhos Dele (v. 7). Eles também recebem instruções de suas afeições nas horas da noite.

Quarto, o Senhor estava com ele — “O SENHOR, tenho-o sempre à minha presença”. Chegamos aqui à porção citada tanto por Pedro (Atos 2:25-36) quanto por Paulo (Atos 13:35-39). Ambos os apóstolos aplicam isso inequivocamente ao Senhor Jesus, e fazem questão de dizer que isso não poderia ter sido aplicado a Davi de nenhuma forma definitiva (v. 8). O Senhor estar à direita aqui significa o Senhor como defensor, “porque ele se põe à direita do pobre, para o livrar dos que lhe julgam a alma” (Sl. 109:31).

Quinto, a salvação do Senhor traz um coração alegre. Já vimos que Jesus desprezou a vergonha da cruz e a suportou, por causa da alegria que estava diante dele. Seu coração estava alegre, e sua glória (significando a língua) se regozijou. Ele foi colocado no sepulcro em esperança (v. 9).

Sexto, por que havia essa confiança? Deus havia prometido que Seu santo não chegaria ao ponto de corrupção. Seu corpo não apodreceria (v. 10), e Sua alma não seria abandonada no Sheol, ou, para usar o termo grego, Hades. O inferno considerado como o lugar do julgamento final não está em vista aqui.

Sétimo, o salmo aponta para o caminho da vida. O salmo termina com uma nota gloriosa de “ressurreição e ascensão”. Cristo vê o caminho da vida, e Ele anda nele. Na presença de Deus há plenitude de alegria, e é onde Jesus Cristo está hoje. À direita de Deus, que é onde Jesus Cristo está agora sentado, há prazeres para todo o sempre (v. 11).

Conclusão

E esta é a conclusão do assunto. Um perigo constante para nós é confundir remédio com comida. Somos pecadores e precisamos ser purificados, condenados, corrigidos, perdoados e lembrados. Mas por que Deus empreendeu tudo isso? O que Ele está fazendo? Para onde Ele está nos levando? A resposta é que Ele está nos levando à Sua presença, o que não pode ser feito sem nos lançar em uma torrente eterna de prazer. Embora muitos cristãos tenham cometido esse erro, o Deus que adoramos não é severo e tirano.

Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente.

Rev. Alan Kleber

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