O que é um Presbítero?
E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido (Atos 14:23).
Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi (Tito 1:5).
O que a Bíblia diz sobre o presbiterato?
No Novo Testamento os governantes da Igreja são chamados de presbíteros (= “ancião”, “aquele que é mais velho”), bispos (“supervisores”)e pastores (“aqueles que cuidam do rebanho de Cristo”). O termo “Presbiterianismo”, deriva-se da palavra grega “presbyteros”.
Por essa razão, as igrejas presbiterianas defendem e adotam o governo da igreja por meio de presbíteros, seguindo o modelo bíblico adotado desde os tempos mais remotos, conforme registros no Antigo Testamento:
1. Quando Moisés foi enviado para libertar o povo de Israel da escravidão do Egito, o Senhor assim o instruiu:
“ajunta os anciãos de Israel, e dize-lhes: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, me apareceu, dizendo…” (Êx. 3:16).
2. Nos dias de Moisés, os anciãos (do hebraico, “zaqen”) ou presbíteros governavam e representavam pactualmente o povo de Deus.
Eles estavam presentes nos dias dos juízes, no tempo dos reis, no período do cativeiro babilônico, como também na libertação, retorno à terra da promessa e reconstrução do templo (cf. Dt. 21:19; Êx. 24:1; Nm. 11:16; Lv. 4:15; Jz. 8:14; 1Sm. 16:4; 2Rs. 19:2; Ez. 8:1; 14:1; 20:1-2; Ed. 5:5-9; 6:7-8, 14).
3. A história do povo judeu também testemunha que o sistema de governo nas sinagogas era exercido pelos anciãos ou presbíteros.
Embora os estudiosos achassem que os fariseus (os prováveis precursores dos rabinos) estavam encarregados das sinagogas, a maioria das fontes do primeiro século identificam anciãos, sacerdotes e archisynagogoi (no grego, “cabeças de sinagogas”) como líderes de sinagogas (Philo, Hypothetica 7.12-3, Theodotus Inscription, Mc 5.22-23). A liderança rabínica das sinagogas (que é o que conhecemos hoje) foi limitada nos primeiros séculos da era cristã e não cristalizou até o período medieval. Em Lucas 7:3-5, encontramos o registro de que anciãos estavam ligados as sinagogas judaicas.
4. Durante o ministério de Jesus, encontramos referências no Novo Testamento aos “anciãos”, “governadores”, “principais” e “chefes da sinagoga” (Mt. 15:2; Mc. 7:3; Jo. 3:1; 7:26, 48; Mc. 5:22; Lc. 8:41; ver também At. 18:8, 17).
Note que essas referências bíblicas estabelecem uma continuidade de governo dentro da Igreja. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento o governo eclesiástico elaborado pelos apóstolos não surgiu de algo radicalmente novo, mas estes construíram sobre o fundamento prévio da revelação bíblica.
De modo que, quando os apóstolos descreveram os oficiais da Igreja, os primeiros cristãos reconheceram sua estrutura de governo porque já era conhecida desde o Antigo Testamento. Portanto, um governo presbiteriano não é apenas um governo da Igreja neotestamentária, mas um governo eclesiástico bíblico.
O que a Constituição da IPB diz sobre o presbiterato?
A Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil (CI-IPB) define apropriadamente as funções do presbítero:
Art.8 – O governo e a administração de uma Igreja local competem ao Conselho, que se compõe de pastor ou pastores e dos presbíteros.
§ 1o – O Conselho, quando julgar conveniente, poderá consultar os diáconos sobre questões administrativas, ou inclui-los, pelo tempo que julgar necessário, na administração civil.
Art.25 – A Igreja exerce as suas funções na esfera da doutrina, governo e beneficência, mediante oficiais que se classificam em:
a) ministros do Evangelho ou presbíteros docentes;
b) presbíteros regentes;
c) diáconos.
§ 1o – Estes ofícios são permanentes, mas o seu exercício é temporário.
Art.50 – O Presbítero regente é o representante imediato do povo, por este eleito e ordenado pelo Conselho, para, juntamente com o pastor, exercer o governo e a disciplina e zelar pelos interesses da Igreja a que pertencer, bem como pelos de toda a comunidade, quando para isso eleito ou designado.
Art.51 – Compete ao Presbítero:
a) levar ao conhecimento do Conselho as faltas que não puder corrigir por meio de admoestações particulares;
b) auxiliar o pastor no trabalho de visitas;
c) instruir os neófitos, consolar os aflitos e cuidar da infância e da juventude;
d) orar com os crentes e por eles;
e) informar o pastor dos casos de doenças e aflições;
f) distribuir os elementos da Santa Ceia;
g) tomar parte na ordenação de ministros e oficiais;
h) representar o Conselho no Presbitério, este no Sínodo e no Supremo Concílio.
Conclusão
1. O presbítero é um pastor, não um administrador (At. 20:17ss).
2. É um homem vocacionado para servir, seu coração é disposto. Ele não é um gerente apaixonado por organização:
Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória (1Pedro 5:1-4).
Em Cristo, o Cabeça da Igreja,Rev. Alan Kleber