Como ouvir a Palavra de Deus

(Lc 8.16-18)

A pastoral do domingo passado nos fez um chamado a preservar os cultos vespertinos. Sabemos que, desde o chamado à adoração até o comissionamento, todas as partes do culto são importantes. Um dos momentos importantes na adoração ao Senhor é aquele no qual o próprio Deus fala ao seu povo por meio da pregação de sua Palavra. Como temos ouvido a Palavra de Deus? 

A pastoral de hoje tem como objetivo nos lembrar acerca do modo como devemos  ouvir a Palavra de Deus.

A parábola contada por Jesus em Lc 8.16-18, nos fala sobre isso, pois a aplicação da mesma se encontra no imperativo do versículo que diz: “Vede, pois, como ouvis”. Cristo está afirmando nesta parábola que os ouvintes de seus ensinamentos devem colocá-los em prática.

No contexto do Evangelho de Lucas, esta parábola vem logo após a explicação de Jesus sobre a parábola do semeador, na qual os tipos de terrenos apontam os os tipos de ouvintes da mensagem do Reino.

Nesta parábola, conhecida como a parábola da candeia, vemos uma semelhança com o que o Senhor Jesus ensinou no sermão do monte em Mateus 5.14-16.

O versículo 16 de Lucas 8 diz assim:

“Ninguém, depois de acender uma candeia, a cobre com um vaso ou a põe debaixo de uma cama; pelo contrário, coloca-a sobre um velador, a fim de que os que entram vejam a luz.”

Em Mateus 5.14-16 diz:

“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.”

Comparando os dois textos, vemos que ambos têm a finalidade de incentivar seus ouvintes a evidenciarem suas crenças por meio de suas ações.

Os dois textos têm como implicação o fato de que é estranho abafar a claridade que a luz proporciona. O Senhor disse que os crentes são a luz do mundo, logo devemos iluminá-lo. Como? Por meio das nossas boas obras, as quais são resultado de ouvirmos de modo correto a Palavra de Deus, ou seja, ouvintes praticantes.

O versículo 17 afirma que “nada há oculto, que não haja de manifestar-se, nem escondido, que não venha a ser conhecido e revelado.”

Ao que parece, esse versículo se refere a dois momentos: o “já” e o “ainda não”. Há muitos que afirmam ser seguidores de Cristo, mas nem todos que fazem tais afirmações, de fato são. Entre estes, alguns revelam, no presente (“já”), que não são discípulos de Jesus, pois não são ouvintes praticantes; outros, só saberemos “ainda não” quando Cristo voltar. Nesse dia tudo será conhecido e revelado. Neste momento, devemos atentar para a ordem do Senhor: “Vede, pois, como ouvis”.

A ordem do Senhor no versículo 18 é acompanhada de uma explicação:  porque ao que tiver, se lhe dará; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado. O evangelho de Mateus traz essa fala de Jesus em dois momentos. O primeiro se encontra no contexto da explicação da parábola do semeador, que diz: Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado (Mt 13.12). O segundo momento está no contexto da parábola dos talentos, onde se afirma o seguinte: Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado” (Mt 25.29).

Diante destas palavras, se faz necessário fazer a seguinte pergunta: Qual o significado dessa expressão? De acordo com o comentarista Hendriksen, o sentido dessa fala deve ser o seguinte: Quem, com a devida atenção e desejando a salvação, ouve a mensagem e, pelo exercício da fé, a obedece, produzindo fruto, receberá as bênçãos da salvação numa medida sempre crescente. Em questões espirituais, permanecer imóvel é impossível. A pessoa ou ganha ou perde; avança ou declina (…) Em contrapartida, ao que não tem, lhe será tirado até mesmo a aparência de conhecimento, aquele conhecimento superficial dos assuntos espirituais que uma vez possuiu ou supôs haver possuído. Não há uma analogia disso na esfera do conhecimento em um nível inferior ao estritamente espiritual? Não se dá que a pessoa que aprendeu música em um grau suficiente para tocar algumas peças simples, porém não está em condições de dizer: “Dominei este ou aquele instrumento”, e deixa de treinar, logo descobrirá que a pouca habilidade que adquirira se desvaneceu? O homem que se nega de usar adequadamente seu único talento, mesmo este ele perderá (Mt 25.24–30).”‌‌

Algumas pessoas ouvem a Palavra de Deus no modo dureza; outras, com o objetivo de entreter-se; algumas outras, com o fim de criticar; e por fim há os ouvem objetivando a verdadeira sabedoria e assim fazerem bom uso da mesma.

Como você tem ouvido a Palavra de Deus? Em qual das circunstâncias acima você se encaixa?

Sejamos como os irmãos bereanos, os quais eram “mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.”

Atentemos para o que nos diz o Catecismo Maior de Westminster quanto ao ouvir a Palavra de Deus:

Pergunta 160. O que é exigido dos que ouvem a Palavra pregada?

Resposta: Exige-se dos que ouvem a Palavra pregada que atendam a ela com diligência, preparação e oração; que comparem com as Escrituras aquilo que ouvem; que recebam a verdade com fé, amor, mansidão e prontidão de espírito, como a Palavra de Deus; que meditem nela e conversem a seu respeito uns com os outros; que a escondam no coração e produzam os frutos devidos no seu procedimento.

Que a graça do Senhor nos guie quanto ao ouvir corretamente os seus ensinamentos.

Em Cristo,

Rev. Élisson Oliveira.

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