Calendários e histórias

O primeiro Dia do Advento do Senhor, inicia o ano civil da igreja. Pouquíssimos cristãos dão importância para isso, mas ele aconteceu no domingo passado. Uma das coisas mais importantes que podemos aprender em nossa celebração disso é a verdade fundamental de que os calendários não são silenciosos — os calendários sempre contam uma história.

Ora, só porque um calendário conta uma história diferente da nossa não significa que a história esteja errada, embora às vezes esteja. Mas, uma história concorrente está sempre errada (e idólatra) quando substitui a verdadeira história, a história de Cristo, a história da salvação de um povo.

De fato, não é pecado ter um ano fiscal, ou acadêmico, ou um ano civil começando em janeiro. Mas, é equivocado e muito tolo esquecer que todos esses diferentes tipos de anos têm uma história para contar. E se ouvirmos essas histórias por tempo suficiente e negligenciarmos a história que Deus deu à igreja para contar, sucumbiremos à idolatria.

E então, parecerá estranho e bizarro para nós que a igreja de Cristo marque o início do ano no final de novembro, ansiando pela vinda do Messias. “Que estranho!” os descrentes se perguntam, por que os cristãos comemorariam algo assim — Deus se encarnando, quando “eles poderiam estar marcando coisas realmente importantes, como o início do ano fiscal, ou a contribuição dos sindicatos para a nossa sociedade? Por que esses cristãos estão nos incomodando com suas ninharias?”

Não é surpreendente que os descrentes pensem dessa forma, mas é chocante quando os crentes são intimidados por isso. Mas, Jesus é a razão para celebrarmos esse tempo. E precisamos estar decididos, pela graça de Deus, a não deixar histórias concorrentes atrapalharem a verdadeira história. O povo de Deus esperou por séculos, e então Deus cumpriu suas promessas, todas as suas promessas. E o mundo foi feito novo.

Hoje é o segundo Dia do Senhor do Advento, e continuamos a nos preparar para a celebração de um dos eventos mais monumentais de toda a história mundial — o momento em que a Segunda Pessoa do Deus Criador assumiu um corpo humano no ventre de uma virgem, para se juntar a nós em nossa tristeza e nos libertar dela.

Esse elemento de tristeza nos impede de ver o Natal através de lentes sentimentais e nebulosas. A matança de crianças inocentes por Herodes é tão parte da história do Natal quanto os pastores, os sábios do Oriente, os anjos no céu ou a manjedoura na qual o Criador de todas as coisas foi colocado quando nasceu.

O Senhor Jesus veio a um mundo cheio de pecado, no qual políticos realistas avaliaram a situação e fizeram o que tinham que fazer. O mundo é um lugar muito diferente do que era há dois mil anos, muito melhor por várias razões, mas ainda hoje os políticos continuam a tirar a vida de crianças “inconvenientes”. A obra que Jesus veio fazer, a de derrubar todos os ídolos, ainda não está completa até o seu retorno glorioso.

Por isso, não nos preparamos apenas para um Natal cheio de sentimentos de alegria, tempo em família e uma nostalgia feliz — embora todas essas coisas sejam reconhecidas e abraçadas por nós. Celebramos o Natal e tudo o que se segue como um ato de guerra.

Mas, como assim? Guerra? E onde fica a paz na terra e boa vontade para com os homens? Lembre-se que o Senhor Jesus também disse que não veio trazer paz à terra, mas sim uma espada. Como isso pode ser reconciliado? Jesus Cristo é o príncipe da paz, mas a paz que Ele traz não aquela dos diplomatas hesitantes, que gostam de nada mais do que falar e falar.

Nosso Senhor traz a paz, mas Ele o faz como um rei conquistador. Ele traz a paz por meio de um poder de fogo superior aos seus inimigos. Este poder de fogo não é carnal, mas é poderoso, e os principados e potestades (aqueles que sobraram) tremem diante do poder exercido por uma igreja cristã fiel, não contaminada por ídolos, adorando a Deus no espírito de santidade.

Portanto, estamos nos preparando para dizer uns aos outros: “Feliz Natal!”  E cantamos uns aos outros sobre o início desfavorável da conquista de Cristo — “Num berço de palhas dormia Jesus”, mas também vemos, com os olhos da fé, o fim do processo — “Salve ó Cristo! Firma teu justo império! Gratos louvores homens e anjos dêem!” E assim, no Natal, nos voltamos para os principados e potestades (aqueles que sobraram), conduzimos nossas celebrações, e todo o povo de Deus diz: “Glória a Deus nas maiores alturas!”

O Natal está chegando, preparemos os nossos corações.Rev. Alan Kleber

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