Papai Noel em Nicéia?

Chegamos ao último domingo do Advento e precisamos lidar com uma história concorrente. Porém, provavelmente seria mais preciso dizer que temos que lidar com uma história piedosa que foi incrustada com muitas camadas de bobagens. Vamos então, tirar essas camadas e perguntar: quem foi o Papai Noel original?

São Nicolau de Mira (uma cidade na Turquia) foi um bispo do século IV. Ele era famoso por sua gentileza com os necessitados e com as crianças. Nicolau herdou uma grande fortuna que doou, estabelecendo orfanatos, hospitais e albergues para os doentes mentais. Lendas, é claro, se espalharam sobre sua generosidade, que o incluíam entregando presentes secretamente à noite.

Durante seu tempo, o famoso Concílio de Nicéia foi realizado e, de acordo com uma lenda, o ortodoxo Nicolau deu um tapa na cara de Ário por sua blasfêmia em negar a divindade de Jesus Cristo. Seguindo a lenda, Nicolau foi então destituído por essa quebra de decoro, porém mais tarde foi reintegrado como resultado de uma visão. Deveria ser óbvio para nós, protestantes, que algumas das loucuras da Idade Média sobre a veneração de santos já estavam em ação desde aquela época.

O homem se tornou bispo, o bispo se tornou santo (no sentido medieval) e histórias se espalharam sobre sua capacidade de continuar sua generosidade, embora ele estivesse há muito tempo com o Senhor. Todas as histórias tinham muitas variações, mas a generosidade estava no centro de todas elas. Essas diferentes histórias europeias chegaram ao Brasil de muitas direções, e todas elas também entraram em nosso famoso caldeirão cultural.

Os escandinavos trouxeram sua concepção dele como um elfo. Os holandeses trouxeram seu nome para ele (Sinterklaas). Em 1808, Washington Irving escreveu uma história dele como um holandês alegre. Em 1822, um poeta chamado Clement Clark Moore nos deu A Noite Antes do Natal, livrando-se dos cavalos e da carroça de Irving e substituindo-os por renas e trenós. Então, em 1863, o famoso cartunista Thomas Nast nos deu a concepção popular do Papai Noel que vemos ao nosso redor hoje.

No entanto, a questão para nós não são meias perto da chaminé, ou outros costumes inofensivos. Precisamos aprender com isso que se não contarmos nossas histórias fielmente, elas mudarão gradualmente ao longo do tempo até se tornarem completamente irreconhecíveis. Com uma história como essa — uma que na mente de muitos suplantou a história do menino Jesus — devemos lembrar que São Nicolau provavelmente teria dado um tapa novamente em alguém.

A Cosmovisão do Natal

Visões de mundo são mais complicadas do que ser apenas um simples conjunto de proposições. Proposições estão envolvidas, é claro — ninguém tem uma visão de mundo que não possa responder a perguntas sobre o que ele acredita. Mas em nossos círculos, esse tende a ser o único aspecto da “cosmovisão” em que nos concentramos, ensinando nossos filhos a responder aos desafios de sua fé. Isso não deve ser desprezado e nunca deve ser negligenciado, mas uma cosmovisão envolve muito mais elementos do que isso.

Existem três outros componentes que um teólogo sabiamente observou. Eles são os elementos da narrativa, símbolo e prática. Narrativa: como contamos a história do que estamos fazendo aqui? Símbolo: que formas de taquigrafia usamos para resumir nossas crenças e narrativa? E prática: como vivemos nossa visão de mundo, no dia a dia?

Tendo isso em vista, devemos reconhecer o quão importante é o Natal como uma questão de visão de mundo. Como narrativa, em nossa celebração do Natal, estamos contando a história da história mundial. Assim como o Dia D conta a história da independência do Ocidente das garras do nazismo, o Natal conta a história da nossa guerra bem-sucedida por nossa independência do diabo.

Já como um símbolo, o Natal e todos os seus símbolos (sejam árvores, canções natalinas ou o Messias de Handel) são marcadores, monumentos construídos de pedra. Eles são o Ebenézer — “até aqui nos ajudou o Senhor”. E como prática, organizamos nossas vidas em torno da vida e das realizações de Jesus. Fazemos isso, não para que possamos viver como pagãos em meio aos nossos feriados, mas para que estes marquem e limitem nossas vidas que são vividas à luz do evangelho conquistador do nosso Rei.

Portanto, como acreditamos que um dia a Terra estará tão cheia do conhecimento do Senhor quanto as águas cobrem o mar, por esta celebração não estamos apenas vivendo nossa própria visão de mundo, mas, estamos declarando aos incrédulos qual será a cosmovisão que dominará toda a Terra um dia.

O Natal está chegando, preparemos os nossos corações.

Rev. Alan Kleber

Traduzido e adaptado de “Santa Claus at Nicea” e “The Worldview of Christmas.”

Fonte: Dougwils.com

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