Multiplicando o que nos foi confiado

 (Lc 19.11-27)

Esta é a última parábola contada por Jesus antes de entrar na cidade de Jerusalém, conforme o relato de Lucas sobre a viagem de Jesus a esta cidade, a qual foi iniciada em Lc. 9.51. A razão de Jesus contar esta parábola é informada por Lucas no versículo 11:

“Ouvindo eles estas coisas, Jesus propôs uma parábola, visto estar perto de Jerusalém e lhes parecer que o reino de Deus havia de manifestar-se imediatamente”.

A esta altura, Jesus era reconhecido por muitos como o Messias, e o fato de ele estar perto de Jerusalém, certamente, resultou em as pessoas aumentarem suas expectativas de um Messias político. Contudo, a parábola tem por finalidade desfazer tais expectativas, pois Jesus não era um Messias político, um libertador do povo de Israel do domínio romano, mas sim o Messias de um reino, cujo caráter é espiritual.

A parábola fala de um certo homem nobre (a palavra grega faz referência a sua classe social); dez servos a quem este homem confiou uma quantia a cada um, dos quais a parábola menciona o pedido de contas de apenas três; e os concidadãos, os quais se rebelaram contra o homem nobre.

Os personagens desta parábola representaram pessoas dentre os ouvintes de Jesus, e também representam os ouvintes de hoje.

O homem nobre representa, claramente, o Senhor Jesus. Ele é o homem de posição mais elevada possível, ele é o Filho de Deus (v. 12).

O Senhor veio a este mundo para realizar sua obra, e tendo-a realizado com perfeição, e assim, depois de ressuscitado, recebeu todo o poder e autoridade sobre o universo, e subiu ao céu para assentar-se à direita da majestade, de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos.

Antes de partir, o Senhor confiou aos seus servos o Evangelho do Reino de Deus. Esta confiança está acompanhada da seguinte ordem: “Negociai” (v. 13). Aqui está o ponto principal dessa parábola, pois aqueles que ouviram o evangelho, devem proclamá-lo. Como, então, os crentes devem proclamar o Evangelho? Hendriksen responde da seguinte maneira:

“Devem conduzir-se de tal maneira que por meio de sua palavra e seu exemplo os pecadores são conduzidos ao Senhor, os crentes são fortalecidos na fé, eles mesmos se desenvolvem em cada virtude cristã, e toda esfera (social, econômica, política, educacional, etc.) é conduzida sob a influência do evangelho, e tudo isso para a glória de Deus.”1

Este proceder é representado pelos dois primeiros servos que negociaram a mina de seu senhor realizando uma multiplicação satisfatória (v. 16-19).

O terceiro servo representa, de acordo com alguns comentaristas, aqueles que são crentes nominais, ou seja, crentes falsos. (v. 20, 21). O proceder destes é de desobediência e afronta ao Senhor, ao colocarem a culpa de seus fracassos em Deus.

Quanto aos concidadãos (v. 14), estes representaram, primeiramente os judeus e todos os demais inimigos do Senhor Jesus. Os judeus se rebelaram contra o Filho de Deus, não aceitando seu reinado sobre eles.

A parábola fala do retorno do homem nobre, o qual recompensa os servos e o concidadãos. Essa informação aponta para a segunda vinda de Cristo, na qual ele julgará todos consoante suas obras.

Todos os que vivem em rebelião contra o Senhor, receberão como recompensa de suas obras, a morte eterna (v. 27).

Aqueles que estão na condição de crentes nominais, que não tem compromisso real com Cristo, terão como recompensa a vergonha pública, quando for retirado deles o pouco que lhes foi confiado (v. 24).

A recompensa recebida pelos dois primeiros servos é a melhor parte, pois ouviram palavras de aprovação: “Muito bem, servo bom; porque foste fiel no pouco, terás autoridade sobre dez cidades” (…) “Terás autoridade sobre cinco cidades” (vv. 17, 18).

Como dito anteriormente, os personagens da parábola também representam (com exceção do homem nobre) as pessoas que estão ouvindo os ensinamentos de Cristo, hoje.

Por qual personagem você está sendo representado? Se você está sendo representado pelos concidadãos ou pelo servo desobediente, há a possibilidade de você arrepender-se de seus pecados e passar à condição de servo bom e fiel. Como? Crendo no homem mais nobre de todos, o Senhor Jesus, o qual voltará para recompensar seus servos fiéis.

Àqueles que são representados pelos servos fiéis, são lembrados da ordem que o Senhor deu: “Negociai”. Portanto, sigamos servindo fielmente ao nosso Senhor, multiplicando (negociando) o que nos foi confiado.

Em Cristo, nosso nobre Salvador,

Rev. Élisson Oliveira.

Referências bibliográficas 

1 William Hendriksen, Lucas, Comentário do Novo Testamento, 2a edição, (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014).

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