O Dia do Senhor e a Ressurreição da Vida

“Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1a Epístola de São Paulo aos Coríntios, 15.22).

Em 1 Coríntios 15, o apóstolo Paulo compara e contrasta Adão e Cristo. “Em Adão todos morrem… em Cristo todos serão vivificados” (v. 22). O apóstolo também se refere a Cristo como “o segundo homem” e “o último Adão” (vv. 45, 47). O primeiro Adão é o primeiro homem da primeira criação de Deus. O último Adão é o começo da nova criação de Deus. O primeiro homem era “formado da terra, homem do pó”; o segundo homem é “do céu” (v. 47).

Ao primeiro Adão, Deus deu um dia especial, o shabat (descanso) no sétimo dia da semana (Gn 2.2-3). Ao último Adão, Deus deu um dia especial, o shabat no primeiro dia da semana, o Dia do Senhor (Ap 1.10). A relação entre o shabat e o Dia do Senhor é como a relação entre Adão e Cristo. A relação entre eles é de sombra e realidade ou tipo e realização.

Assim como Adão é um tipo de Cristo, também o shabat é um tipo que aponta para frente e é cumprido no Dia do Senhor. Mas, como um novo shabat, o Dia do Senhor é apenas um cumprimento parcial do antigo descanso; seu cumprimento final é o shabat consumado do eschaton (o fim do mundo).

Quando Deus criou Adão, deu-lhe um shabat (dia de descanso) para lembrá-lo de sua identidade e de seu destino. Como imagem de Deus, ele imitou a Deus trabalhando seis dias e descansando no sétimo. Assim, o shabat o lembrava de sua identidade. Também lembrava para onde ele estava indo. O shabat terreno apontava para Adão o seu destino: o shabat eterno; isto é, o descanso celestial e incessante na era por vir.

O dia de descanso semanal era a contrapartida terrestre ou tipo do descanso celestial em que Adão teria entrado se tivesse sido obediente a Deus. O shabat terreno era uma ordenança temporária que terminaria na consumação, quando a sombra daria lugar à realidade. O shabat semanal daria lugar ao shabat final. Acabaria porque a realidade do que representava seria possuída.

Quando Jesus Cristo, o novo Adão, ressuscitou dos mortos, ele entrou naquele descanso eterno e celestial. Por sua obediência pessoal, exata e completa, ele alcançou o que o primeiro Adão teria alcançado se tivesse sido obediente. Cristo, em sua ressurreição dos mortos, recebeu a vida eterna e a glorificação, que o primeiro Adão nunca teve. Ele entrou em um estado de glória, o mesmo estado em que entraremos quando Jesus Cristo voltar.

No entanto, os crentes já são “uma nova criação” porque foram unidos ao Cristo ressuscitado, o início da nova criação de Deus. “As coisas velhas [o que éramos em Adão] já passaram; eis que tudo se fez novo [o que somos em Cristo]” (2 Coríntios 5.17). Não estamos mais mortos em nossos delitos e pecados; fomos vivificados juntamente com Cristo (Efésios 2.1-10). Portanto, não vivemos mais de acordo com a velha natureza pecaminosa, mas de acordo com a vida ressurrecta da nova natureza.

E é por isso que o Dia do Senhor é tão significativo para o cristão. É o dia da ressurreição; é o dia da nova criação. Os santos do Antigo Testamento adoravam no shabat do sétimo dia porque a nova criação ainda não havia sido inaugurada. Eles adoravam no shabat da primeira criação, o shabat do primeiro Adão. Nós, no entanto, adoramos no shabat do primeiro dia da semana porque é o dia da nova criação, que surgiu com a ressurreição de Cristo, o último e perfeito Adão.

O Dia do Senhor nos lembra de nossa nova identidade em Cristo, e adorar a Deus nesse glorioso dia reordena nossa vida à luz de nossa nova identidade. Também nos aponta para o que nos tornaremos quando Cristo voltar e nos reunir para si. Quando nos reunimos para adorar no Dia do Senhor, experimentamos um antegozo do que vai acontecer no fim do mundo.

Assim, o Dia do Senhor orienta nossa vida para o mundo vindouro. Ensina-nos a viver como forasteiros e estrangeiros na terra, a viver como peregrinos em busca de um país melhor, o reino celestial. Ele nos ensina a não colocar nossas esperanças em alcançar o paraíso na terra, mas a fixar nossos olhos no Cristo ressuscitado e ascendido (cf. Cl 3.1-4).

Assim, a adoração no Dia do Senhor é absolutamente essencial para a saúde espiritual e o bem-estar da igreja e de cada crente. Reordena a vida cristã à luz de sua união com Cristo. Reorienta nossa vida das coisas terrenas e temporárias para as celestiais e eternas. E redireciona nossos passos para longe da velha ordem e rumo à nova ordem, a era de Cristo e do Espírito Santo por quem vivemos, nos movemos e existimos.

Vinde, adoremos ao Senhor com júbilo!

Rev. Alan Kleber Rocha

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