Amada Congregação,

Depois de uma temporada muito quente, quando as chuvas começam a cair geralmente nós dizemos: “Como a chuva é maravilhosa, a chuva é sinal da bênção de Deus”. Mas, o que dizer a respeito das obras de Deus quando sofremos com as catástrofes naturais? Será que a chuva deixou de ser um sinal da bênção de Deus para o homem? A Bíblia diz alguma coisa a respeito do aparente descontrole da natureza?

1. A Bíblia diz que “toda a boa dádiva e todo o dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes” (Tg 1.17). Tanto a chuva como o sol e as demais obras da criação, tais como frutas, verduras, animais, peixes, a própria terra e seus elementos que constituem o nosso corpo físico – daí a expressão do “pó da terra foste formado” – são bênçãos maravilhosas provenientes do nosso Deus.

2. Deus, desde o princípio, executa tudo aquilo que decretou antes da fundação do mundo, por meio das obras da criação e da providência (Breve Catecismo, pp. 7-8). Os céus proclamam a sua glória e o firmamento anuncia as obras de suas mãos (Sl 19.1). O Senhor revela de forma geral para todos os homens os seus atributos por meio das coisas que foram criadas (Rm 1.20). Que belo sermão sobre sua grandeza e poder!

3. Através das obras da providência, Deus controla e cuida constantemente do universo e tudo o que nele há. Ele ajunta em montão as águas do mar e as reserva no oceano (Sl 33.7). Faz rebentar fontes no vale cujas águas descem entre os montes, para matar a sede dos animais (Sl 104.11). Harmoniosamente, permite que o sol nasça sobre maus e bons e que a chuva caia sobre justos e injustos (Mt 5.45). Faz crescer a relva para os animais do campo e as plantas para o serviço do homem, a fim de que da terra tire o alimento para sustento de sua família (Sl 104.14, 15).

4. A Palavra de Deus nos ensina que todos sem exceção, dependem do governo e sustento divino. Quando o Senhor abre a sua mão todos nós nos fartamos sobejamente; porém quando ele oculta o seu rosto, todos nós ficamos perturbados; se ele corta a nossa respiração, nós morremos e voltamos ao pó da terra; quando ele envia o seu Espírito, a face da terra se renova, plantas crescem, peixes superabundam nos rios e mares, bebezinhos choram anunciando a chegada de mais um ser criado à imagem de Deus (Sl 103.27-30).

Aplicação

1. Os desastres naturais, portanto, não provam uma possível inabilidade ou descontrole do Senhor de toda a terra. Pelo contrário, preanunciam o juízo vindouro contra os homens que preferiram as trevas e não a luz; que renegaram o direito à primogenitura mudando a glória do Deus incorruptível pela imagem do homem caído, adorando a criatura ao invés do Criador (Rm 1.23-25).
2. É importante notar que o próprio estilo de vida egoísta e irresponsável da humanidade caída tem provocado toda sorte de coisas ruins. A destruição das reservas naturais, a desigualdade social, a desestruturação familiar, a violência, a fome, as guerras e os sistemas políticos corruptos e opressores. Tudo isso suscita a ira santa de Deus, porque ele ama a justiça e o direito (Sl 33.5).
3. O aparente desequilíbrio da natureza, na verdade revela uma advertência urgente do Juiz e Rei de toda a terra. De forma que, quando os vulcões entram em erupção, os tsunamis avançam contra as praias, e as chuvas provocam deslizamentos, mortes e enchentes, Deus adverte à humanidade dizendo: “Arrependam-se de seus próprios pecados! Voltem-se para mim! Pratiquem a justiça e andem humildemente comigo! Creiam no nome do meu Filho Unigênito e sejam salvos!”.

Conclusão

O Rev. Cornelius Berkouwer certa vez disse que “ninguém pode crer na providência de Deus sem conhecer o caminho a Deus por meio de Jesus Cristo”. De fato, não devemos esperar que a providência nos dirija e sim reconhecer que a revelação de Deus em sua Palavra nos ensina que Ele está sempre no controle de seu mundo.

Pr. Alan Kleber