Queridos irmãos,

Hoje é o Dia do Senhor. Nenhuma outra coisa desnecessária deveria ser feita hoje, pois Deus separou o Domingo a fim de que o seu povo escolhido pudesse adorá-lo e servi-lo com confiança e alegria. Ele determinou que nesse dia sua Palavra fosse ensinada e pregada, seus louvores entoados e elevados aos céus, sua Mesa fosse preparada para alimentar o seu rebanho com o verdadeiro pão celestial, o Senhor Jesus Cristo. O Dia do Senhor é o dia em que Jesus se manifesta com grande poder e glória.
Ironicamente, hoje também é dia de eleições municipais em nosso país. Dia em que os valores do mundo contrastam os do Reino dos Céus. Dia em que as bandeiras político-partidárias tentam ofuscar a gloriosa bandeira da graça. Candidatos de todo o Brasil disputarão voto a voto o coração do povo, a confiança do eleitorado. Para muitos esse dia é tão importante que Deus pode esperar. Igrejas até mesmo são fechadas. “Mas, é só um domingo!”, eles dizem, “não fará falta!”. E assim caminha a iniquidade.

Inegavelmente, os cristãos acompanharam a corrida eleitoral deste ano com muito mais reflexão e cuidado. Ainda que os principais candidatos tenham dito que defenderão o direito à fé e as religiões, aparecido com Bíblias nas mãos ou invocado bênçãos sobre a nação como se fossem sacerdotes, a institucionalização da iniquidade continua. Leis contrárias ao Senhor e a sua Palavra futuramente serão votadas e talvez sancionadas.
Diante disso, muito cristãos têm sinalizado total desânimo diante dos resultados das pesquisas de preferência do eleitorado. A frustração aumentou ainda mais quando perceberam que não temos lá muita opção. Todos os candidatos deixam a desejar em uma ou outra área.

O que fazer, então? Anular o voto? Abster-se, mesmo sabendo que o voto no Brasil é obrigatório? Pensar que o poder está em nossas mãos porque temos direito a voto?

A Resposta é não. Precisamos ler Isaías 6 e meditar no fato de que o Senhor (Adonai = “Senhor”, “Dominador”) está no trono do universo. Era o ano da morte do rei Uzias. Ele havia reinado durante 52 anos em Jerusalém, num reino relativamente bom e tranquilo, com muito progresso e grandes conquistas. O povo temia grandemente os efeitos da transição no poder. Quem assumiria? Teria condições de manter a segurança, a paz, o bem-estar? Será que a economia suportaria a mudança? Será que os adversários políticos veriam a morte do rei como oportunidade para uma investida bélica? Em meio às questões e inquietações, Deus deu uma visão a Isaías. Na visão, o profeta vê a sede do poder. Um trono, que representa a soberania de fato. Quem ocupa o trono? Uzias? Jotão? Davi? Salomão? Não! Quem ocupa o trono é o verdadeiro governante, que sabiamente governa e dirige a história em todos os seus detalhes: o Senhor Jesus Cristo.

Essa visão fazia uma diferença muito grande para Isaías e, se conseguirmos vislumbrar com os olhos da fé o que Isaías contemplou, fará uma diferença muito grande para cada um de nós também. O fato de lembrarmos que nada pode pegar Deus de surpresa é acalentador em dias como os nossos. É certo que cada um de nós tem um papel a cumprir como cidadão. A Bíblia mostra que nosso patriotismo é instrumento da providência de Deus para o bem do lugar onde moramos (Jr 29.7). Não podemos de forma alguma nos omitir diante da situação drástica que o país atravessa. Mas e se as coisas não ocorrerem do jeito que desejamos? E se nossos candidatos não forem eleitos? Pior: e se candidatos favoráveis aos temas contrários à Palavra do Senhor forem os escolhidos? Ora, se Deus quiser entregar nosso país ao seu juízo, isso pode muito bem ocorrer, ainda que nos esforcemos para que o contrário tenha êxito. E se Deus quiser livrar nosso país da institucionalização do pecado? Em todo caso, cada um tem que fazer a sua parte e descansar no Senhor, pois ele é o Senhor de toda a terra.

Se nenhum político chega ao trono por seu braço, se nenhum rei se levanta por sua força, mas Deus levanta e também derruba na hora que quer, ore ao Senhor e entregue o nosso país a ele em súplicas. Escolha o melhor candidato para o seu estado e país, e não seja contado com os que votam por interesse em benefício próprio. Não perca seu sono por causa dessas questões nacionais. Descansa no Senhor e espera nele (Sl 37.7). Ele acode os seus no tempo certo. Agora é hora de fazer como o salmista Davi disse no Salmo 62: esperar silenciosamente no Senhor, pois dele é que vem a nossa salvação. Além disso, ele tinha em mente o que escreveu no versículo 11: “Uma vez falou Deus, duas vezes ouvi isto: que o poder pertence a Deus”. Não pertence a nenhum partido ou candidato; pertence a Deus!

Pr. Alan Kleber

Nota: A segunda parte do texto foi extraída do artigo do Pr. Charles Oliveira intitulado “O Poder pertence a Deus” : www.bibliacomisso.blogspot.com