“[…] não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual” (Cl 1:9). Leia (Cl 1.9-11)

Como já vimos nessa passagem, o Apostolo Paulo, em sua oração, roga a Deus as maiores necessidades da Igreja. Mas quais são elas?

Quando analisamos o conteúdo dessa oração, percebemos a maneira como Paulo nos ensina a urgência do pedido (v.9); a finalidade do pedido (v.10) e a maneira ou condição submetida ao pedido apresentado a Deus (vs.11). Vejamos hoje apenas a primeira parte.

A Urgência Do Pedido (Vs. 9)

Já no início do versículo 9, Paulo diz: “Por esta razão”. Ele revela aqui o motivo de suas orações a Deus em favor dos Colossenses. Paulo se refere ao passado, à graça de Deus que chegou salvadoramente até eles por meio do Evangelho de Jesus Cristo, trazendo fé, amor e esperança (vs. 3-8). Essas boas notícias trazidas por seu cooperado, Epafras, são agora, razões ainda maiores para rogar incessantemente a Deus em favor deles.

O porquê da urgência do pedido de Paulo, se dá pelo perigo que os crentes em Colossos passavam. A heresia disseminada entre eles, além de os influenciarem na busca por uma experiência pessoal mística e estranha às Sagradas Escrituras, também, os induziam a viver uma vida descentralizada de Cristo, empenhada na satisfação das coisas materiais e nos dos prazeres carnais e temporais desse mundo. Por isso, percebemos que quando o Apostolo ora a Deus, seus pedidos não giram em torno das bênçãos materiais ou físicas, como erroneamente os defensores da teologia da prosperidade tanto exploram em nossos dias, mas sim, das espirituais. Não que seja errado orarmos por nossas carências físicas ou materiais. Mas aqui, as Escrituras nos ensinam que as necessidades espirituais são imensamente mais importantes que todas as demais.

Duas coisas Paulo pede a Deus para a Igreja: a primeira, que ela seja repleta de um conhecimento cada vez maior da vontade de Deus “[…] que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade”. Logo, o objeto primário da oração não é levar a Deus o conhecimento da nossa vontade, mas buscar conhecer a vontade Dele para as nossas vidas. Como nos ensina as Escrituras, Jesus “Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. (Mt 26:42)”.

Como William Barclay disse: “O primeiro objeto da oração não é tanto falar a Deus, como ouvi-lo”.
Ele pede a Deus que esse conhecimento venha acompanhado com “toda a sabedoria e entendimento espiritual”. A palavra “espiritual” qualificam tanto a sabedoria, quanto o entendimento pedido a Deus. O que Paulo nos ensina é que as nossas faculdades mentais, como também todos os nossos talentos e habilidade pessoais só poderão glorificar a Deus se soubermos o real propósito deles e a necessidade de sermos guiados para esse fim. Isso veremos no próximo boletim. Por enquanto, reflitamos na urgência de pedirmos a Deus por essa grande necessidade da Igreja no cumprimento de sua missão. Sem tal providência, jamais conheceremos a vontade de Deus, muito menos discerniremos o seu caminho. Rogo a Deus que esse também seja o seu maior desejo.

Pr. José Nilton