Texto Bíblico: Ageu 1.12-15

Introdução

Nós dependemos de Deus para tudo. Às vezes Ele faz uso das leis ordinárias da natureza para castigar aqueles que o esquecem. Se por nós, Ele não for lembrado por suas misericórdias, certamente seremos lembrados por seus juízos; e se, como mordomos, não fazemos uma utilização adequada do que Ele nos confia, Ele pode facilmente levar tudo embora. Não ter tempo para Deus é viver perdendo tempo.

Não se esqueça que a Bíblia afirma a responsabilidade humana, mas também afirma de maneira muita mais forte e frequentemente do que alguns imaginam, o poder e autoridade de Deus sobre todas as coisas: As nações estão sob o seu controle; a natureza e os animais também; Ele é soberano sobre Satanás e os demônios; Ele usa os ímpios para seus propósitos, endurecendo seus corações; Ele envia problemas e calamidades; Ele faz o que lhe agrada e seus planos não podem ser frustrados; Ele guia todos os nossos passos e faz todas as coisas segundo conselho da sua vontade (Sl 2.1-4; Sl 135.7; 2Co 12.7-8; Jó 12.16; Êx 14.17; 1Rs 22.20-23; Dn 4.34-35; Pv 16.33; Rm 8.28).

No livro de Ageu aprendemos que, para tratar o coração de seu povo, Deus lhes exorta a considerar o passado, ver onde erraram, e depois revela o caminho para a obediência. O que envolve esse caminho apresentado pelo SENHOR dos Exércitos?

I – Ouvir e Temer (v.12)

“Então, Zorobabel, filho de Salatiel, e Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e todo o resto do povo atenderam à voz do SENHOR, seu Deus, e às palavras do profeta Ageu, as quais o SENHOR, seu Deus, o tinha mandado dizer; e o povo temeu diante do SENHOR.”

A voz de Deus os sacudiu. “A voz do SENHOR é poderosa; a voz do SENHOR é cheia de majestade” (Sl 29.4). Perceba que Deus se fez ouvir através das “palavras do profeta Ageu, as quais o SENHOR, seu Deus, o tinha mandado dizer”. Não havia, naquele momento, nenhuma religião vazia acontecendo, mas obediência sincera.
Exemplo: Lutero durante o século 16 pregou a Palavra e trovejou sobre as multidões, para que eles desafiassem as tradições do catolicismo e a falsa religião para seguir ao Senhor. O resultado prático foi o retorno às Escrituras pelos príncipes, sacerdotes e o povo alemão, enquanto as estruturas do papado eram destruídas em território germânico e outras partes da Europa.

Aplicação: A essência da obediência é encontrada na frase “o povo mostrou reverência para com o Senhor” (12b). O temor está em contraste com a indiferença negligente que outros profetas enfrentaram (e.g., Isaías, Jeremias e Ezequiel). Quando Deus fala por meio da pregação, mas seu povo não responde com obediência e santo temor, a apatia é uma prova de ateísmo prático.

“Que bênção é quando o testemunho fiel é assim recebido! Às vezes acontece que as pessoas ficam com raiva, e odeiam o pregador que muito claramente repreende-os por seus pecados; mas quando o Espírito de Deus opera dentro deles, eles tomam atenção ao que é dito, e recebem a mensagem do pregador como do próprio Deus” (Spurgeon).

II – Garantia Divina (v.13)

“Então, Ageu, o enviado do SENHOR, falou ao povo, segundo a mensagem do SENHOR, dizendo: Eu sou convosco, diz o SENHOR”.

A Promessa de Deus nos anima a lutar pela obediência. A expressão “Eu estou com você, diz o SENHOR”, foi extremamente relevante. Mas, por quê? O contexto histórico nos mostra que, quando os judeus tornaram para Jerusalém, eles eram pequenos, impotentes e oprimidos. Mas a promessa de Deus os apressou na batalha pela obediência.

Aplicação: Deus apoia e fortalece nossas boas resoluções, se estas são baseadas na firme confiança de que o SENHOR dos Exércitos sempre cumprirá aquilo que prometeu. Ele nos anima a lutar por uma vida de temor e obediência. Suas palavras são o fundamento para ouvirmos e obedecermos tudo o que Ele nos diz. Nosso Senhor Jesus Cristo mesmo disse: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.20).

III – Trabalho Eficaz (vv.14-15)

“O SENHOR despertou o espírito de Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e o espírito do resto de todo o povo; eles vieram e se puseram ao trabalho na Casa do SENHOR dos Exércitos, seu Deus, ao vigésimo quarto dia do sexto mês”.

Finalmente, o caminho da obediência a Deus só é possível porque Ele mesmo está por trás de tudo. É Deus quem desperta o espírito do governador de Judá, do sumo sacerdote e o espírito do resto de todo o povo. O SENHOR despertou o coração de seu povo e por isso “eles vieram e se puseram ao trabalho na Casa do SENHOR dos Exércitos, seu Deus, ao vigésimo quarto dia do sexto mês”. As prioridades então mudam quando Deus move a sua igreja para trabalhar pelo seu Reino e sua justiça.

Aplicação: O Remanescente “resto de todo o povo” nunca é visto como indiferente e apático, mas sempre como aquele em quem Deus faz a Sua obra. Com o que o remanescente fiel de hoje se parece? Amor pela palavra, obediência, fidelidade, desejo de santidade, arrependimento contínuo?

Conclusão

Ageu foi o mensageiro do Senhor, ele não proferiu suas próprias palavras, mas “… falou ao povo, segundo a mensagem do SENHOR, dizendo: Eu sou convosco, diz o SENHOR”. Deus se deleita em ver seu povo trabalhando ativamente em sua obra. Por isso, Ele move os corações inclinando-os à obediência e fidelidade. Ele tem o seu próprio calendário, dia, mês e ano para agir. Seus planos jamais serão frustrados. Assim como nos dias de Ageu, Paulo, Pedro ou dos Reformadores, Deus promove o avanço de seu Reino, levantando líderes segundo o seu coração; animando o seu remanescente para “com amor, sem cessar… servir a Jesus. Com amor e fé, e com oração, até que volte o bom Senhor” (HNC 315).

Pr. Alan Kleber