Texto Bíblico: Leia Zacarias 3

Introdução

No estudo passado, vimos que poucas doutrinas são mais animadoras em meio as lutas enfrentadas pelos cristãos do que a da eleição soberana de Deus. Enquanto Satanás acusa os eleitos, Deus o repreende por causa da Sua escolha soberana. Não há panos quentes ou negação da nossa indignidade. O Sacerdote Josué aprendeu sobre isso: O povo pactual de Deus é como “um tição tirado do fogo”. Deus por seu grande favor e graça decidiu resgatar Josué e os israelitas remanescentes do fogo do juízo da Babilônia.

Contudo, a Palavra de Deus nos ensina que a eleição não nos salva – isso pertence à obra redentora de Cristo. Na verdade, a eleição nos torna salváveis, pois Deus coloca Sua designação soberana sobre nós, e através de Cristo nos arranca do fogo do inferno. Pois, aqueles a quem Deus elege, Ele também fornece os meios para estar em pé diante dele (Ef 2.8-10).

3 – O imundo, feito limpo (vv.3-5)

Estaria Satanás certo em sua acusação? O silêncio de Josué, calado perante o seu acusador, sem desculpa ou solução em suas mãos prova que sim. Mas, Deus tira justamente a razão de nossa condenação por meio de Cristo. Mais uma vez a bondade soberana do Senhor é revelada, removendo as roupas sujas dele. A substituição das roupas sujas do sacerdote por vestes limpas e finas significa pureza e cobertura do pecado. E então o triunfo – “Tomou este a palavra e disse aos que estavam diante dele: Tirai-lhe as vestes sujas. A Josué disse: Eis que tenho feito que passe de ti a tua iniquidade e te vestirei de finos trajes” (v.4).

O turbante limpo (v.5) é um lembrete do ofício sacerdotal, e, neste caso, simboliza os sinais e provas da segurança e da aceitação do eleito diante de Deus. No Novo Testamento, encontramos duas passagens que nos ajudam a entender essa imagem:

“Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou ali um homem que não trazia veste nupcial e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu. Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes. Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos” (Mt 22.11-14)

“Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos” (Ap 19.7, 8)

Aplicações práticas:

(1) Do mesmo modo, se encontram todos os homens. Sua condição: semelhante as vestes sujas do sacerdote Josué = o símbolo do pecado. Todos pecaram, e carecem da glória de Deus (Rm 3.23).

(2) A provisão de Deus: vestes finas e puras = o símbolo da justiça de Deus imputada a nós. Aqui vemos uma grande e consoladora definição da doutrina da justificação pela fé, por meio da qual temos paz com Deus através do nosso Redentor.

(3) Aqui está o nosso conforto diante do nosso pecado e da condenação que merecíamos. Aqui está a imagem do evangelho de Cristo:

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”

“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”

“… e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação” (Rm 5.1, 8, 11).

Conclusão

Nossa condição diante de Deus – admitimos isso com sinceridade de coração?

A provisão de Deus, Jesus Cristo – temos recebido como única e suficiente para nós?

Nele, o Senhor Jesus Cristo, está a nossa esperança! Cremos nisso de fato e de verdade?

Pr. Alan Kleber