Texto Bíblico:  Leia Zacarias, capítulo 9.11-17

1. Retorno dos Prisioneiros (vv. 11, 12)

– O SENHOR fala diretamente a Israel. Observe o tempo presente que Deus usa quando diz: “tirei os teus cativos” (v.11). Quem foram os cativos e qual era a “cova em que não havia água” em que eles estavam?

– Os judeus conheciam bem seu ancestral, José do Egito, que foi invejado e odiado por seus irmãos. Em Gênesis 37.24, o início do exílio de José foi quando seus irmãos o agarraram, “E, tomando-o, o lançaram na cisterna, vazia, sem água”. Depois, ele foi vendido a traficantes de escravos, que o trouxeram para o Egito, lugar onde ficou preso por anos.

– A cova sem água portanto, foi uma maneira muito pitoresca de o SENHOR descrever o cativeiro babilônico. Os judeus foram levados à força para uma terra estrangeira e presos por muitos anos, mas, agora Deus tinha aberto a porta. No livro de Esdras temos a confirmação de que o SENHOR inclinou o coração de Ciro, rei da Pérsia a proclamar,

“Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém de Judá. Quem dentre vós é, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém de Judá e edifique a Casa do SENHOR, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém.” (Ed 1.2-3)

Depois dessa proclamação real, mais de 42.000 judeus deixaram o cativeiro babilônico e partiram para Jerusalém. Passado um tempo, Esdras foi informado por Artaxerxes, rei da Pérsia:

“Por mim se decreta que, no meu reino, todo aquele do povo de Israel e dos seus sacerdotes e levitas que quiser ir contigo a Jerusalém, vá” (Ed 7.13)

– Infelizmente desta vez, a resposta não foi tão boa por parte dos judeus. Apenas cerca de 2.000 homens, mais mulheres e crianças, deixaram a Babilônia para retornar a Jerusalém.

Verso 12. A ordem divina para os israelitas era “Voltai à fortaleza” – um antigo nome de Jerusalém era “a fortaleza de Sião” (ver 2Sm 5.7-9). Se os “presos de esperança” retornassem a Jerusalém, Deus os abençoaria abundantemente, restaurando em dobro tudo o que eles perderam quando no passado, o juízo de Deus caiu terrivelmente sobre eles.

2. O Sangue da Aliança

– A razão que Deus deu para libertar os judeus foi “… por causa do sangue da tua aliança” (v.11). A maioria dos estudiosos do Antigo Testamento acredita que esta foi a aliança que Deus fez com os israelitas em Êxodo 24:

“E tomou o Livro da Aliança e o leu ao povo; e eles disseram: Tudo o que falou o SENHOR faremos e obedeceremos. Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o SENHOR fez convosco a respeito de todas estas palavras” (Êx 24.7-8)

– O episódio em Êxodo foi a primeira vez que o sangue foi aspergido sobre o povo do Pacto, de modo que faz sentido interpretar que Zacarias se referiu ao “o sangue da aliança que o SENHOR fez convosco a respeito de todas estas palavras”.

Aplicações Práticas

1. Os crentes nos dias do profeta Zacarias foram prisioneiros da esperança, jamais do desespero. Da esperança, porque os setenta anos se passaram; da esperança, porque o propósito de seu cativeiro havia sido alcançado; de esperança, porque Deus fez uma aliança com seus pais e a ratificou com sangue. Por essa razão, eles saíram da cova do exílio, pois o SENHOR os tirou de lá.

2. O SENHOR sempre se lembrará de sua aliança. O cristão pode esquecer ou ser totalmente indigno de seu favor contínuo. O cristão pode ter se envolvido em dificuldades que ele mesmo criou, como consequência de seu próprio pecado. Contudo, ele nunca deve esquecer que está ligado a Cristo pelo sangue de uma aliança eterna.

3. No fundo do seu desespero, você pode se apropriar das palavras do salmista: “Lembra-te ó SENHOR, da tua aliança!”. Por amor a aliança, aquele que ressuscitou dos mortos ao Senhor Jesus, o Grande Pastor, vai ressuscitá-lo da masmorra escura do seu cativeiro espiritual e faze-lo se assentar com os príncipes do povo pactual. Ele certamente te corrigirá, mas também o redimirá. Tende bom ânimo, prisioneiro da esperança, pois de acordo com a sua aliança, o SENHOR descerá o longo corredor do seu cativeiro para abrir as portas da sua prisão.

Aviva ó SENHOR, a tua obra!

Pr. Alan Kleber