Alguns judeus entendiam a perfeição em termos de obediência perfeita quando medida pelos ensinos de sua comunidade. Jesus transpôs isso para um padrão mais alto. Ele não menosprezou a obediência, mas ensinou que o Pai Celestial era o padrão a ser seguido pelos cidadãos do Reino dos Céus.
“Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”, é o mandamento de Jesus nos ensinando que:
(1) A perfeição no sentido moral e espiritual é a força apropriada para o Pai Celestial, que sendo perfeito não necessita desenvolvê-la.
(2) Enquanto, para nós, seus filhos, a perfeição é a força adequada para os homens que podem crescer em graça.
É importante notar que os Evangelhos só se referem a Deus como Pai em contextos relacionados a Jesus Cristo ou aos crentes. Ele não é o Pai de todos os homens, mas é o Pai de Jesus e de seus discípulos.
Da mesma forma que no Antigo Testamento a marca distintiva de Israel era que eles foram separados por Deus para refletir o seu caráter (Lv 19.2), também a Igreja de Cristo carrega essa distinção (cf. 1Pe 1.16) como o verdadeiro povo de Deus.
Então, Jesus nos estimulou que a perfeição ilimitada é possível para seus discípulos neste mundo? Não, absolutamente.
1. Eu ainda devo reconhecer a minha miséria e pecado (5.3).
2. Eu ainda devo orar: “Perdoa as nossas dívidas” (6.12).
3. Mas, a perfeição do Pai deve ser perseguida por todos os discípulos de Jesus. Esta é a verdadeira meta escatológica da Lei de Deus.
Aplicações Práticas
(1) Você se considera uma pessoa especial? Lembre-se que há uma grande diferença entre você e alguém que ainda não nasceu de novo. De onde você imagina que vem a força e a capacidade que lhe leva muitas vezes a fazer o que outros não podem fazer?
(2) Em você há alguma coisa de especial? Eu não quero saber se você está vivendo uma vida boa, moral e reta. Também não estou perguntando se você está fazendo suas orações e nem se você frequenta a igreja com regularidade. Há muita gente que faz isso e nem é crente. Se isso resumisse tudo, o que você teria a mais do que os outros, e o que haveria de especial em você? Há em você algo da virtude do Pai Celeste? Existe em você uma mínima parcela de semelhança com Deus?
Pr. Alan Kleber
Trecho do Sermão “Sejam Santos!” (11.11.12) da Série o Evangelho do Rei