“Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (João 5.24)

Na última quarta-feira (15.04.2015), foi sepultado nosso querido irmão, Pedro Felipe Nascimento de Jesus; descansou no Senhor! Aprouve a Deus chamá-lo para Si, para que habitasse finalmente no Reino Celestial. Certamente, Deus tem em seu calendário o ano, o mês e o dia para falar: “Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos” (Sl 116.15).

Mas, por que ele morreu tão cedo? Por que ambos os irmãos, jovens crentes e consagrados se envolveram em um acidente grave com vítima fatal? E se eles não estivessem em uma moto, mas em um veículo mais seguro? Terá sido falta de sorte? A Bíblia nos ensina que no vocabulário do crente não existe “sorte” ou “azar”. O que ela nos diz é que Deus tem seu calendário pronto, desde os tempos eternos, onde decretou tudo, mas tudo mesmo, inclusive o dia, a hora e a forma da nossa morte. Ele tem o controle de tudo!

O Catecismo de Heidelberg apresenta uma pergunta intrigante: “Se Cristo morreu por nós, por que ainda temos que morrer? (P.42)”. Em outras palavras, “Se na cruz Jesus morreu e pagou por todos os meus pecados, por que eu preciso pagar por eles com a minha própria vida?”. A resposta biblicamente orientada por Heidelberg apaga nossas dúvidas e nos conforta em meio a angústia: “A nossa morte não é o pagamento pelos nossos pecados, mas ela põe fim aos nossos pecados e é a entrada para a vida eterna”.

Os que morrem no Senhor não passam por isso para pagar pelos seus pecados, pois o “Que daria um homem em troca de sua alma?” (Mc 8.37). A morte do cristão marca o fim de sua luta contra o pecado neste mundo e o início de seu ingresso para a vida eterna. “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro… Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (Fp 1.21, 23).

Ó, a glória do céu! Esta é incomparavelmente melhor, porque:

Somos pessoas completamente perdoadas por Deus (Mt 6.14);
Nossas orações são respondidas (7.7);
Nossos nomes arrolados no céu (Lc 10.20);
Somos amados pelo Pai (Jo 16.27);
Somos bem-vindos, não somente às mansões celestiais, mas também ao próprio coração do Salvador (Jo 14.2, 3);
Temos uma plena participação na paz de Cristo (Jo 14.27);
Na sua própria alegria (Jo 15.11);
Na sua própria vitória (Jo 16.33);
E na habitação interior e permanente do Espírito Santo (Jo 14.16, 26; 15.26).
Temos uma vida que jamais findará (Jo 3.16);
Um manancial de água que jamais cessará de fluir do interior daquele que a bebe (Jo 4.14);
Uma dádiva que jamais se perderá (Jo 6.37, 39);
Uma mão da qual a ovelha do Bom Pastor jamais será removida (Jo 10.28);
Uma corrente que jamais se partirá (Rm 8.29, 30);
Um amor do qual jamais nos separaremos (Rm 8.39);
Um chamado que jamais se revogará (Rm 11.29);
Um alicerce que jamais será destruído (2Tm 2.19);
Uma herança que jamais fenecerá (1Pe 1.4, 5).

Não fiquemos entristecidos, irmãos, como aqueles que não tem esperança, “Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem” (1Ts 4.14). Pedro já descansa com Abraão, Isaque e Jacó. Ele agora está vendo os heróis da fé que tanto ouviu falar em sua infância na igreja. Minhas imprecisões em tentar ensinar-lhe Zacarias e Romanos aos domingos, serão agora explicadas pelos próprios autores. Sim, ele está junto ao profeta de Judá e ao apóstolo Paulo!

Mas, acima de tudo, Pedro já viu o Senhor Jesus, face a face! O Cordeiro que foi morto por ele e que na cruz pagou por todos os seus pecados. O Cristo que destruiu com sua morte a nossa morte e nos deu a vida eterna. Um dia todos nós passaremos da morte para vida, e veremos nosso irmão querido e todos aqueles que já partiram para o céu. Um dia, nós veremos a Jesus, Autor e Consumador da nossa Fé, viveremos e reinaremos com Ele para todo o sempre!

Nele, que é a ressurreição e a vida,

Pr. Alan Kleber