Texto Bíblico: Daniel 3
Introdução
O capítulo 3 do Livro de Daniel é um relato simples de como três jovens crentes corajosamente desafiaram o homem mais poderoso de seu tempo, porque eles não podiam desagradar ao seu Deus. Para eles, agradar a Deus era mais importante do que preservar suas próprias vidas. O exemplo destes jovens nos mostra a essência da fidelidade a Deus. O capítulo também nos ensina como Deus interviu e sustentou a fé de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego.
Porém, o principal ensino desse capítulo não é o livramento miraculoso. Não temos dificuldades em acreditar em milagres, não é mesmo? Sabemos que Deus é Todo-Poderoso, e se Ele ressuscitou a Seu Filho Jesus dentre os mortos, milagres não são problemas para nós. Portanto, o grande livramento encontrado nesse capítulo deve encher nossos corações de louvor a Deus, mas não é o assunto mais importante a ser observado.
Então, qual seria a grande lição?
A grande lição é que três jovens crentes são tentados a praticar o mal e se recusam a fazê-lo. Eles estão decididos a não trilhar o mesmo caminho que todos os demais jovens da Babilônia, ainda que isto signifique uma morte horrível. “Transgredir” não é uma palavra do vocabulário deles. O pecado é pecado, e eles não o cometerão, ainda que corram perigo. Não tolerarão o pecado, nem mesmo lhe darão ouvidos. O Breve Catecismo de Westminster nos ensina:
Pergunta 14. Que é pecado?
Resposta: Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou qualquer transgressão desta lei.
Ref. Tiago 2.10; 4.17; 1João 3.4.
Precisamos observar atentamente esse aspecto que acompanha toda a história dos amigos de Daniel, pois ele nos ensina mais uma vez como o testemunho de Deus se mantém vivo em mundo que o rejeita. Se desejamos ser fiéis a Deus em um ambiente hostil, nós mesmos precisamos seguir o exemplo de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego.
Durante vinte e um séculos, os regimes totalitários disseram aos cristãos que estes deveriam se conformar com suas exigências ímpias ou morreriam. Nunca isto foi tão verdadeiro quanto no século atual. Em muitos países no mundo, o povo de Deus sofre perseguições. Definham na prisão, condenados às tarefas mais desprezíveis da sociedade, suportam a dor de perderem suas crianças, gritam sob tortura e morrem de forma horrível. Enfrentam tudo isto para não se conformarem com as exigências das autoridades que lhes ordenam abandonar sua fé negando com isso ao seu Senhor.
O puritano Samuel Rutherford certa vez disse: “Você não conseguirá entrar sorrateiramente no céu, acompanhado de Cristo, sem conflitos e uma cruz”. Aqueles que estão ao nosso redor nos pressionam para que nos juntemos a eles em seus pecados. Eles insistem repetidamente: “Todos fazem isso, por que você também não faz? Por que ser tão estranho e diferente? Vamos lá! Faça apenas esta vez, só uma vez!”. Jovens cristãos são incentivados a participarem de festas mundanas e se embriagarem com seus amigos, ou a perder sua virgindade antes do casamento. São tentados a mentir, roubar, ler livros impróprios e a ver séries e filmes indecentes. A profanação do Dia do Senhor, o desperdício de dinheiro, o mau uso do tempo, os jogos de azar, a aquisição desonesta de riquezas e tantos outros pecados e indecências são exaltados como virtudes.
Conclusão
O mundo tem sua própria fornalha ardente à espera daqueles que não se conformam em adorar seus ídolos. É a fornalha de ser desprezado, ridicularizado, escarnecido, repudiado e ignorado. Aqueles que temem a Deus e mantêm vidas puras são considerados “quadrados” e indiferentes, pois não participam da vida e dos interesses dos outros ao seu redor. Para muitos jovens crentes, a pressão parece irresistível. Eles se sentem forçados a uma escolha. Ou se identificam e vivem como todos os demais; ou assumem uma postura firme e perdem tudo.
Esta foi a escolha apresentada a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, e eles disseram NÃO! Apesar das consequências, eles se mantiveram firmes. E você, o que tem feito? Qual tem sido a sua escolha? Lembre-se: quando as tentações são enfrentadas com um firme “NÃO”, a situação é inteiramente diferente. Sim, sabemos que a fornalha ardente é certa, mas ou ficamos fora dela com Nabucodonosor, ou dentro dela, com Cristo. Não há meio termo. Mas o lugar do calor irresistível também é o lugar de comunhão intensa com nosso Salvador.
Pr. Alan Kleber
Transcrito e Adaptado do Livro «Ouse ser Firme», Ed. FIEL