A Graça que Cura nossa Presunção – Devocionais no Livro de Ageu para o Culto Doméstico

Texto Bíblico: Leia Ageu 2.10-19

Introdução

Nada que construímos nesse mundo – família, bens, trabalho – aparte de Deus é duradouro. Um dia, o transitório será substituído pelo eterno. Deus removerá aquilo que é temporal e estabelecerá no Dia Final o Reino de Cristo em sua plenitude (cf. Hebreus 12.25-29). Contudo, quando confiamos mais em nosso coração do que na graça de Deus somos impedidos de descansar em suas promessas porque não conseguimos enxergá-las, pois estamos cheios de presunção. A graça que cura nossa presunção é sobre o que aprenderemos hoje estudando o Livro de Ageu.

I – Confiar naquilo que fazemos de bom, nos levará a conclusões presunçosas (vv. 10-17)

1. Estimulados pelo trabalho inicial de reconstrução do templo, alguns pensaram que o seu serviço e suas boas obras os tornariam mais santos. Contudo, as perguntas que Deus manda o profeta Ageu dirigir aos sacerdotes do povo implicam que a santidade que o Senhor requer dos crentes não é transferível. O trabalho no templo não poderia fazê-los santos, como também nenhuma coisa sagrada:

“Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Pergunta, agora, aos sacerdotes a respeito da lei: Se alguém leva carne santa na orla de sua veste, e ela vier a tocar no pão, ou no cozinhado, ou no vinho, ou no azeite, ou em qualquer outro mantimento, ficará isto santificado? Responderam os sacerdotes: Não.” (vv. 10-12).

2. Embora eles já soubessem disso e até pudessem entender, a falta de santidade na vida é contagiosa e se espalha por todos que nela tocam. O povo, a nação, as obra de suas mãos, tudo estava imundo:

“Então, perguntou Ageu: Se alguém que se tinha tornado impuro pelo contato com um corpo morto tocar nalguma destas coisas, ficará ela imunda? Responderam os sacerdotes: Ficará imunda. Então, prosseguiu Ageu: Assim é este povo, e assim esta nação perante mim, diz o SENHOR; assim é toda a obra das suas mãos, e o que ali oferecem: tudo é imundo” (vv.13-14).

Ageu então prega e diz: “Sua única esperança está no Senhor!”. Eles não podiam duvidar que não era verdade. Em vez disso, todo o povo, a começar de seus pastores deveriam contar com a graça de Deus, a graça que cura nossa presunção.

3. Para provar isso, o profeta lembra ao povo de como suas colheitas falharam. Deus não estava nada contente com eles:

“… antes daquele tempo, alguém vinha a um monte de vinte medidas, e havia somente dez; vinha ao lagar para tirar cinquenta, e havia somente vinte. Eu vos feri com queimaduras, e com ferrugem, e com saraiva, em toda a obra das vossas mãos; e não houve, entre vós, quem voltasse para mim, diz o SENHOR” (vv.16-17).

Grande loucura é acreditar que podemos ser a fonte de nossa própria santidade ou de santidade para os outros. Os judeus pensavam que, uma vez que eles tinham começado bem a tarefa de reconstruir o templo este se tornaria um amuleto de boa sorte para eles, assim como Israel tinha feito no tempo dos filhos de Eli com a Arca da Aliança (1Sm 4).
Eles também acreditavam que o templo e seu culto os tornariam mais santos. Mas Ageu os lembra de sua presunção. “Essa confiança no ritualismo para remediar e expiar corações não santificados era um anátema no Antigo e no Novo Testamento” (Walter Kaiser Jr). É somente pela fé que qualquer coração pode ser purificado.

II – A Intervenção de Deus quebra a nossa Presunção e Revela a sua Graça (vv. 15-17)

1. Observe que, quando o Senhor intervém, primeiro Ele levanta um profeta e lhe dá a palavra certa para chamar seu povo à atenção. Ele sempre nos exorta à enfrentar as realidades do passado e do presente:

“Agora, pois, considerai tudo o que está acontecendo desde aquele dia. Antes de pordes pedra sobre pedra no templo do SENHOR” (v.15).

2. Em segundo lugar, o Senhor disciplina o seu povo, corrigindo-os e ferindo as obras de suas mãos, como um pai que ama aos seus filhos, a fim de trazê-los de volta graciosamente:

“Eu vos feri com queimaduras, e com ferrugem, e com saraiva, em toda a obra das vossas mãos…” (v.17a).

Contudo, nem sempre nos voltamos para Ele. Qual foi a reação dos crentes naqueles dias?

“…e não houve, entre vós, quem voltasse para mim, diz o SENHOR” (v.17b).

Aplicação

O que isso nos diz sobre o coração do homem? O que isso nos diz sobre nossa obstinada persistência no pecado, mesmo quando feridos pela aflição trazida pelo peso da mão de Deus? Aqui está o ponto para nossa aplicação: A justiça não pode vir do que uma pessoa faz para Deus, mas do que Deus faz no coração de uma pessoa.

III – A Bênção Divina (vv.18-19)

1. Mais uma vez, o profeta diz, da parte do SENHOR dos Exércitos: “Considerai, eu vos rogo, desde este dia em diante” (v.18a). Aqui vemos uma chamada para profunda, clara e lógica reflexão. Deus promete que, debaixo de sua bênção paternal, o seu povo teria uma colheita abundante. Há anos eles não viam isso, mas agora, pela graça de Deus, eles veriam.

2. Ageu alegremente lhes anuncia a promessa de Deus: “… mas, desde este dia, vos abençoarei” (v.19b). Neste cenário, aprendemos que o progresso no reino espiritual foi a primeira indicação de que o sucesso viria no dia-a-dia também. Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou a não inverter em nossa vida cristã as prioridades por Deus já estabelecidas:

“Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mt 6.31-34).

Conclusão

Ao invés de confiarmos em nossa capacidade e desempenho, Deus nos dá graça a fim de que olhemos somente para Ele. Os que confiam no Senhor não devem viver supersticiosamente confiando em “coisas santificadas”, ou regras que são cumpridas como se Deus tive por obrigação nos abençoar pelo que somos e fazemos por seu Reino. Pelo contrário, o chamado de Deus é para que:

(1) Andemos humildemente diante de Deus.
(2) Olhemos para Ele com confiança.
(3) Vivamos sempre com ações de graças.

“Considerai, eu vos rogo, desde este dia em diante, desde o vigésimo quarto dia do mês nono, desde o dia em que se fundou o templo do SENHOR, considerai nestas coisas. Já não há semente no celeiro. Além disso, a videira, a figueira, a romeira e a oliveira não têm dado os seus frutos; mas, desde este dia, vos abençoarei”(vv.18-19).

Pr. Alan Kleber

Escolha um de nossos canais de comunicação e entre em contato conosco

Fale Conosco

Escolha um de nossos canais de comunicação e entre em contato conosco

Fale conosco

Sobre Nós

Organizada no dia 13 de dezembro de 1901, a Igreja Presbiteriana de Aracaju (IPA) faz parte de uma federação de igrejas denominada Igreja Presbiteriana do Brasil, estabelecida em nosso país desde 1859 (162 anos)…

Contato

Copyright © 2024 Igreja Presbiteriana de Aracaju