“e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal…” (Mt 6:13).
Eis aqui uma grande batalha travada no coração de todo cristão. Somos tentados todos os dias a fazer a nossa própria vontade e a pecarmos contra Deus. Da hora que acordamos à hora que dormimos, somos tentados. A tentação não pede licença. Se houver uma brecha, ela entrará. Ela é uma provação vinda de Satanás. O seu objetivo é nos reprovar diante de Deus e nos levar a total ruína e miséria eterna. Por isso, nessa sexta petição da oração do Senhor, Jesus Cristo ensina a seus discípulos a considerarem as suas fraquezas e a pedirem ao Deus Pai que os livrem do poder da tentação e do domínio do diabo, os tornando mais vigilantes quanto às inclinações do coração humano, que facilmente podem nos levar violentamente a pecar.
Ao ensinar “não nos deixe cair”, Jesus revela a incapacidade humana de vencer a tentação, sem o auxílio divino. Isso nos mostra o quanto precisamos levar a sério o poder da tentação e os seus efeitos danosos. Humilharmo-nos diante do nosso SENHOR e reconhecermos as nossas necessidades de investigar as nossas fraquezas para não cairmos em tentação é algo extremamente necessário para o progresso da nossa santificação.
Qual o fundamento da nossa confiança quando estamos sendo tentados? Na maioria das vezes um crente termina caindo em tentação por confiar em seus próprios recursos, confiar em suas próprias forças e em seu coração. Essas são péssimas maneiras de tentar vencer as tentações. “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto…” (Jr 17:9). Normalmente caímos nesse erro. E Satanás, como sabe das fragilidades dos nossos corações, lança a tentação diretamente nesse alvo. Por isso Jesus alertou aos seus discípulos: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mc 14:38). Se negligenciarmos a nossa responsabilidade cristã de sermos vigilantes quanto as nossas fraquezas, identificá-las e de pedirmos o socorro do SENHOR em nossas orações, certamente o fim será a queda e a vergonha.
Os efeitos da tentação no coração do homem são terríveis. A tentação tem o poder de entorpecer a mente do homem, tornando-o espiritualmente lento, cego e insensível quanto ao perigo do juízo e condenação daqueles que vivem na prática do pecado. Ela pode obscurecer a mente e levar o cristão a desapropriar-se dos recursos celestiais para a sua santificação e afastá-lo cada vez mais da presença de Deus. Como uma droga, a tentação exerce um poder dominador na mente e no coração daqueles que cedem à tentação.
A tentação escraviza a alma. Quanto mais o homem peca, mais ele cai. Sozinho, somos incapazes de nos libertar do poder do pecado e da tentação. Como um entorpecente, a pessoa que cede à tentação se torna cada vez mais dependente e escrava do pecado. Para sentir novamente o prazer enganoso da tentação, ela com as suas próprias mãos tranca os ferrolhos da sua própria prisão espiritual e como alguém sem esperança pula no precipício. Portanto, não brinque com as suas fraquezas. Peça a ajuda de Cristo e investigue a razão do interesse desenfreado de seu coração de ter aquilo que ele tem desejado, visto e buscado, mesmo sabendo que não glorifica a Deus. Talvez você descubra o ídolo que está escondido no seu coração e enxergue o quanto você está preste a cair por confiar em si mesmo. Suplique hoje mesmo o socorro do nosso Salvador Jesus Cristo e abandone-se completamente aos seus cuidados. Entregue todos os seus caminhos ao SENHOR. Só Ele pode nos livrar na tentação e nos santificar até o dia final.
Rev. José Nílton