Amada Congregação,
Hoje, pela graça de Deus, realizaremos mais uma eleição para escolha de oficiais. De modo que, algumas orientações para a Igreja são necessárias. Quando reunida em Assembleia para eleger seus presbíteros e diáconos, a Igreja de Cristo tem uma grande responsabilidade diante de Deus e um grande compromisso com o bem espiritual da comunidade.
Tomando como exemplo aquele momento quando Paulo se despediu dos presbíteros da igreja em Éfeso. Vemos na própria exortação apostólica que, se uma igreja escolhe e elege mal os seus oficiais, ela mesma será prejudicada espiritualmente: “Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles” (Atos 20.29-30).
BASE BÍBLICA
A Bíblia nos ensina que, desde o período apostólico, quando as primeiras igrejas foram organizadas, o método de escolher os seus oficiais por meio de eleições foi estabelecido pelos apóstolos. Sob a orientação destes, os membros de uma igreja local elegiam os seus presbíteros:
“E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido” (Atos 14.23).
“Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as cousas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi” (Tito 1.5).
Podemos extrair, pelo menos, cinco lições destes dois versículos:
1. A eleição de oficiais é uma responsabilidade corporativa. Os apóstolos designavam os critérios, mas quem tinha a responsabilidade de escolher era a congregação. Trata-se de uma imensa responsabilidade espiritual.
2. Não se deve fazer a escolha de oficiais sem a prática da oração. A igreja precisa se dedicar a oração antes de escolher os seus oficiais. Veja o exemplo: Jesus mandou – Mt 9.37-38 e os discípulos obedeceram – At 1.24-25.
3. A escolha de oficiais precisa ser segundo os critérios da Palavra de Deus. A igreja somente deve votar naqueles homens que se enquadram nos critérios espirituais estabelecidos pela Escritura Sagrada. 1Tm 3.1-13 e Tt 1.5-9.
4. Cristo deseja que cada igreja local tenha um conselho de presbíteros. A expressão eleição de presbíteros indica que Deus não quer que uma pessoa sozinha governe a sua igreja, mas um conselho de presbíteros. (At 20.28).
5. Assim sendo, a Igreja precisa encarar com muita responsabilidade a eleição de oficiais. O progresso da igreja depende de uma liderança escolhida por Deus.
BASE CONSTITUCIONAL
A Igreja Presbiteriana é conciliar, isto é, ela é administrada e funciona bem por meio dos seus concílios. O concilio da Igreja local é o Conselho. Este foi constituído ou eleito pela assembleia no ato da sua organização eclesiástica como Igreja local. O Conselho tem as suas competências exclusivas, mas a assembleia reservou para si, algumas competências exclusivas, dentre estas a principal:
Art.9º – A assembleia geral da Igreja constará de todos os membros em plena comunhão e se reunirá ordinariamente, ao menos uma vez por ano, e, extraordinariamente, convocada pelo Conselho, sempre que for necessário, regendo-se pelos respectivos estatutos.
§1º – Compete à assembleia:
a) eleger pastores e oficiais da Igreja;
b) pedir a exoneração deles ou opinar a respeito, quando solicitada pelo Conselho;
c) aprovar os seus estatutos e deliberar quanto à sua constituição em pessoa jurídica;
d) ouvir, para informação, os relatórios do movimento da Igreja no ano anterior, e tomar conhecimento do orçamento para o ano em curso;
e) pronunciar-se sobre questões orçamentárias e administrativas, quando isso lhe for solicitado pelo Conselho;
f) adquirir, permutar, alienar, gravar de ônus real, dar em pagamento imóvel de sua propriedade e aceitar doações ou legados onerosos ou não, mediante parecer prévio do Conselho e, se este julgar conveniente também do respectivo Presbitério;
g) conferir a dignidade de pastor emérito, presbítero emérito e diácono emérito;
§2º – Para tratar dos assuntos a que se referem as alíneas “c”, “e” e “f” do parágrafo anterior a assembleia deverá constituir-se de membros civilmente capazes.
Note que a primeira competência da assembleia é: “eleger pastores e oficiais da igreja”. A eleição de oficiais por parte da Igreja de Cristo é, sem dúvida alguma, uma de suas principais prioridades espirituais. Cada membro da igreja deveria considerar biblicamente o ensino bíblico sobre a doutrina da igreja, para o seu bem e para o bom desenvolvimento espiritual da Igreja. Cada irmão precisa levar a sério essa sua responsabilidade diante de Deus.
Portanto, evite eleger um oficial usando os seguintes critérios:
Simpatia – Eu vou votar nele, porque ele é muito simpático.
Interesse – Eu vou votar nele, porque ele defenderá os nossos interesses no Conselho ou Junta Diaconal.
Faixa-etária – Eu vou votar nele, porque ele é novo (ou velho) e a nossa igreja precisa de “sangue novo” (ou gente experiente).
Influência – Eu vou votar nele, porque me pediram isso.
Família – Eu vou votar nele, pois, a nossa família precisa ter um representante no Conselho ou Junta Diaconal.
Desinteresse – Eu vou votar nele, porque qualquer um serve.
Raiva ou vingança – Eu vou votar nele, porque ele não gosta do pastor.
Politicagem – Eu vou votar nele, porque ele fez campanha e me pediu o voto.
Que Deus seja honrado através do nosso voto!
Pr. Alan Kleber