O Sacerdote-Rei é Coroado Governante de todas as Nações Devocionais no Livro de Zacarias para o Culto Doméstico

Texto Bíblico:  Leia Zacarias 6.1-15

O Sacerdote-Rei é Coroado Governante de todas as Nações (2ª Parte)

Introdução

Na oitava e última visão, vimos que a aparência e a promessa são reveladas de forma mais abrangentes, pois considera o ponto culminante da história redentiva. O Israel pós-exílio precisava ver que os propósitos de Deus não foram frustrados com sua escravidão na Babilônia. Os propósitos de Deus eram muito maiores que uma nação. Todo o escopo de sua adoração e estrutura do pacto serviram para lançar as bases – um prenúncio – de uma eterna e global obra realizada por Deus. A figura central dessa visão é o “Renovo” (rebento, broto, ramo) que surgiu da obscuridade de Israel para ser o Redentor de todos os que creem no seu nome.

A Coroação do Sumo Sacerdote Josué (vv. 10-11)

O ponto culminante das oito visões noturnas é a coroação simbólica de Josué, o sumo sacerdote. Em vez de retratar isso para Zacarias através de uma visão, o profeta agora é colocado no meio de seu povo, onde recebe uma delegação de três homens vindos da Babilônia que vêm trazendo um presente especial de “prata e ouro” (v. 11).

Os recém-chegados de Babilônia estavam na “casa de Josias, filho de Sofonias” (v. 10c). O SENHOR manda o profeta se dirigir até a casa de Josias para receber um presente “…dos que foram levados cativos, a saber, de Heldai, de Tobias e de Jedaías” (v. 10). Eram presentes de prata e ouro, daqueles que não haviam participado do retorno de Zorobabel no ano 537 a.C., de Esdras em 458 a.C., ou de Neemias em 445 a.C.

O profeta Zacarias deveria recebera prata e o ouro, fazer coroas e colocá-las “…na cabeça de Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote” (v. 11). O que era comum, a coroação de um rei, não aconteceu com o governador Zorobabel, da linhagem de Davi. Isso é o que mais nos surpreende nessa passagem: quem recebeu um duplo papel de Sacerdote e Rei, não foi Zorobabel, mas o sumo sacerdote Josué!  

A palavra “coroa” em hebraico (עתרה `atarah) é na verdade o plural de “coroas” e pode muito bem apontar para o “diadema” sacerdotal e real. Possivelmente eram anéis entrelaçados por cada metal, e tecidos em uma coroa de anel duplo, apontando assim para o Messias que viria como Sacerdote e Rei.

As Cinco Promessas Messiânicas (vv. 12-13)

A cerimônia de coroação do Sumo Sacerdote Josué apresenta cinco promessas messiânicas que são de grande importância para toda a revelação bíblica:

1. “Eis aqui o homem cujo nome é Renovo” (v. 12b).  A primeira promessa aponta para um rei, da linhagem de Davi, que reinaria em uma era vindoura (Zc 3.8; cf. Jr 23.3-5; Jr 33.14-26; ​​Is 4.2).

2. “Ele brotará do seu lugar” (v. 12c). O Messias prometido, brotaria “…como raiz de uma terra seca” (Is 53.2), porém seria elevado e prosperaria de acordo com sua própria natureza – Ele, como o Renovo, se ramificaria! (cf. 2 Sm 23.1; Sl 89.19).

3. “E edificará o templo do SENHOR” (v. 12d). Enquanto Zorobabel, o governador, sob o comando dos profetas Ageu e Zacarias, construiria o chamado Segundo Templo de Jerusalém no ano 515 a.C., o próprio Messias construiria um novo templo na era vindoura (Is 2.2-4; Ez 40–42; Mq 4.1-5; Ag 2.7-9). Ele mesmo também revestiria esse maravilhoso templo “…de glória” (v. 13b). Tal revestimento de “glória” significa toda a majestade e esplendor que uma posição real proporciona (cf. Sl 96.6). Portanto, o Messias prometido, no exercício de sua autoridade real, não seria fraco ou indeciso, mas reinaria com força, honra e glória.

4. “Assentar-se-á no seu trono, e dominará, e será sacerdote no seu trono” (v. 13c). O SENHOR dos Exércitos há muito tempo tinha prometido que até a chegada do próprio Messias, os descendentes da linhagem de Davi deveriam reinar sob essa promessa. Quando o Anjo Gabriel apareceu para a Virgem Maria, anunciou o seguinte acerca de Jesus: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc 1.32-33). Todo poder e toda autoridade no céu e na terra pertencem ao Messias, que um dia se sentaria no trono de Davi.

5. “e reinará perfeita união entre ambos os ofícios” (v. 13d). No Antigo Testamento, esta é a maior passagem que nos mostra que o Messias prometido será ao mesmo tempo um rei da linhagem de Davi e um sacerdote segundo uma ordem perpétua (cf. Hb 7). Nos Salmos reais (e.g., Sl 110.4), o Ungido de Deus exerceria um sacerdócio eterno além de seus ofícios reais e proféticos. Assim, Zacarias combina ousadamente os ofícios sacerdotais e reais em uma única pessoa, “o Renovo”. Somente o próprio Senhor Jesus Cristo poderia trazer “paz” a esta terra, lidando com a iniquidade deste mundo em um dia (Zc 3.8-9).

Um Memorial para o Povo de Deus (v.14-15)

“As coroas serão para Helém, para Tobias, para Jedaías e para Hem, filho de Sofonias, como memorial no templo do SENHOR” (v. 14), tanto como um lembrete do presente dos cativos na Babilônia quanto como um testemunho da futura união do sacerdote e do rei em único homem, o Messias prometido. Ali a coroa permaneceria “…até que venha aquele a quem ela pertence de direito” (Ez 21.27). “O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos” (Gn 49.10).

“Aqueles que estão longe virão e ajudarão no edificar o templo do SENHOR, e sabereis que o SENHOR dos Exércitos me enviou a vós outros. Isto sucederá se diligentemente ouvirdes a voz do SENHOR, vosso Deus” (v.15). A coroa real era um lembrete visível da esperança diante deles, de que não apenas o Messias combinaria os ofícios, mas ele seria um Sacerdote-Rei universal, trazendo “aqueles que estão longe” para se unirem à construção de seu templo – a Igreja (cf. Ef 2.11).

Aplicações Práticas

Quando comparamos Zacarias 6.15 com Efésios 2 descobrimos uma maravilhosa harmonia entre os Testamentos: “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe”: judeus e gentios unidos em Cristo (Ef 2.13); Cristo através de seus ofícios sacerdotais e reais, tornando-se “nossa paz” (Ef 2.14); Em Efésios 2.17 vemos que é o ofício profético que nos conduz à paz e nos dá acesso a Deus; A igreja é retratada como “crescendo em um templo sagrado no Senhor” (Ef 2.21) e “uma morada de Deus no Espírito” (Ef 2.22).

A confirmação da profecia de Zacarias é encontrada na obra de Cristo para sua Igreja. Desse modo, o profeta pode nos exortar: “Isto sucederá se diligentemente ouvirdes a voz do SENHOR, vosso Deus”. A obediência é sempre a resposta certa para que vejamos a Cristo. É a resposta adequada a todos que acreditam que o SENHOR dos Exércitos cumprirá seus propósitos!

Conclusão

A única esperança para aqueles que sentem o peso da condenação da Lei de Deus por seus pecados se encontra no Messias prometido, Jesus Cristo, o único que une perfeitamente os ofícios de Sacerdote e Rei. Não seria a continuidade das profecias do Antigo Testamento e a revelação do Novo Testamento (com aproximadamente 1500 anos de diferença) uma evidência notável de que essa passagem com uma exortação antiga é válida ainda hoje para nós? Visto que somos habitação de Deus no Espírito, ouçamos completamente a voz do SENHOR, nosso Deus, “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos” (Zc 4.6).

Aviva ó Senhor, a Tua obra!

Pr. Alan Kleber

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