Exortações sobre a Vida em Comunidade Devocionais na Carta aos Hebreus para o Culto Doméstico

POR QUE O AMOR FRATERNO É IMPORTANTE?

O amor fraterno é importante por três razões principais: revela ao mundo que pertencemos a Cristo, revela nossa verdadeira identidade como cristãos e agrada a Deus.

1. O Amor Fraternal revela ao mundo que pertencemos a Cristo

Jesus disse:

“Nisto saberão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.35).

Na verdade, Deus deu ao mundo o direito de nos avaliar com base em nosso amor uns pelos outros. Como testemunhas do nosso Senhor para o mundo é de grande importância que consideremos genuinamente os outros como superiores a nós mesmos e busquemos seus interesses acima dos nossos. Desta forma, nossas vidas pregarão um sermão poderoso e eloquente.

2. O Amor Fraternal revela nossa verdadeira identidade como cristãos

O amor cristão também revela nossa verdadeira identidade: ele nos dá uma segurança adicional de nossa vida espiritual com Cristo:

“Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte” (1 João 3.14).

A prova certa da salvação é encontrada em nossos corações. O apóstolo João disse que é o nosso amor ao próximo. Se desejamos honestamente fazer uma pergunta sobre nossa salvação, podemos dizer: “O bem-estar dos cristãos que conheço me preocupa muito? Eu gosto da comunhão com eles? Demonstro minha preocupação atendendo às suas necessidades?” Se a resposta for sim, não podemos ter melhor evidência de que somos filhos de Deus: porque amamos seus outros filhos, nossos irmãos em Cristo.

3. O Amor Fraternal agrada a Deus

A terceira e última razão por que o amor fraternal é importante é porque ele agrada a Deus. Nada é mais agradável para os pais do que ver os filhos cuidando uns dos outros em suas necessidades:

“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes” (Sl 133.1).

Quando seus filhos cuidam uns dos outros, ajudam uns aos outros e vivem em harmonia uns com os outros, Deus fica satisfeito e é por eles glorificado. Quando nos amamos a ponto de estarmos dispostos a oferecer nossa vida uns pelos outros, somos um exemplo do próprio Filho de Deus:

“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 Jo 3.16).

Aplicações Práticas

1. O amor fraternal do Novo Testamento não é uma afeição superficial e sentimental. É um afeto baseado na preocupação profunda e constante, e se caracteriza pelo compromisso prático:

“Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1 João 3.17).

Em outras palavras, recusar-se a ajudar outros crentes quando podemos fazer isso, prova que não os amamos realmente. E se não os amamos, como pode Deus estar em nossos corações? E se seu amor não está em nossos corações, não pertencemos a Ele. A lógica do apóstolo João é poderosa e prática. Ele continua:

“Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade. E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, perante ele, tranquilizaremos o nosso coração” (vv. 18-19).

2. A causa óbvia da falta de amor entre os cristãos é o pecado. Nosso Senhor Jesus predisse que os dias que antecederiam o cumprimento de suas palavras sobre a ruína de Jerusalém no ano 70 AD, se caracterizaria pelo esfriamento do amor fraternal:

“E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt 24.12).

Nada esfria o amor mais rápido do que o pecado, especialmente o orgulho. Ao contrário do que afirmam muitos dos ensinamentos e escritos populares disfarçados de Cristianismo, a autoestima, a autoglorificação e o orgulho não são apenas grandes inimigos de Deus, mas do amor:

“Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça” (1 Pe 5.5).

Pense nisso: Sem humildade, o chamado amor pelos outros nada mais é do que usá-los para fins egoístas, para nossos próprios fins e satisfação. O interesse próprio e o amor fraterno são tão mutuamente exclusivos e contraditórios quanto as trevas e a luz. O amor só cresce no jardim da humildade.

Conclusão

O autor de Provérbios descreve a verdadeira natureza do eu por meio de um exemplo excepcionalmente gráfico:

“A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Há três coisas que nunca se fartam, sim, quatro que não dizem: Basta!” (Pv 30.15).

A sanguessuga mencionada aqui é provavelmente uma criatura especialmente repulsiva, tem um garfo na língua com o qual suga o sangue de suas vítimas. Diz-se que geralmente se empanturra até explodir. Espiritualmente, essa sanguessuga é o amor próprio e suas duas filhas são justiça própria e autocomiseração. Ela nunca está satisfeita e seu apetite insaciável é o inimigo de tudo ao seu redor. É até o seu pior inimigo, porque o amor próprio nunca pode ser verdadeiramente satisfeito.

O amor próprio perverte tudo. O ego deve morrer se o amor fraterno deve continuar. Orgulho e amor próprio são fatais para o amor fraternal. Jesus, o Filho de Deus, não veio para ser servido, mas para servir; nem Ele veio para fazer sua própria vontade, mas a do Pai. Quem tinha mais motivos para se orgulhar do que Jesus, o Criador e Senhor do universo? No entanto, ele disse:

“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11.29).

A única fonte de amor fraterno é um coração manso e humilde, como o coração de Jesus.

Nele, que nos amou primeiro,

Pr. Alan Kleber

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