Amada Congregação,
Graça e paz!
No domingo passado (02/05/2021), estudamos em classe única sobre o retorno do vinho em substituição ao suco de uva pasteurizado, conforme ordenança do Cabeça da Mesa, nosso Senhor Jesus Cristo.
O Conselho de presbíteros, reunido no último dia 04/05/2021, considerou tanto o estudo bíblico como o sermão ministrado na ocasião da última Santa Ceia, suficientes para orientação do rebanho, resolvendo suspender as aulas que seriam continuadas pelos professores da Escola Bíblica Dominical para tratamento do assunto em questão.
Contudo, a superintendência da EBD me solicitou que respondesse o seguinte questionário, com o intuito de instruir os professores sobre a matéria estudada, com o objetivo de responder aos possíveis questionamentos que eventualmente fossem suscitados em sala de aula. Decidimos então, para um maior aprofundamento do processo de aprendizagem, disponibilizar para todos os que queiram aprender mais sobre o assunto:
1 – Por que trocar o suco por vinho depois de tantos anos?
Resp.: Nosso Senhor Jesus viveu em uma cultura que usava o vinho como uma bebida comum e diária. Embora Jesus tenha falado contra a embriaguez como uma condição pecaminosa do homem (cf. Mt 24.29; Lc 12.45; 21.34), ele nunca menosprezou o consumo de vinho (oinos, na língua grega) por si mesmo. Se Ele tivesse feito isso, não apena estaria em desacordo com o Antigo Testamento, que Ele mesmo afirmou ser a infalível Palavra de Deus, mas também seria culpado de hipocrisia.
No Evangelho de Lucas, Jesus se refere à sua prática de beber vinho como uma ilustração vívida de uma diferença distinta entre ele e seu precursor, o profeta João Batista:
“Pois veio João Batista, não comendo pão, nem bebendo vinho, e dizeis: Tem demônio! Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores! Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos” (Lc 7.33-35).
O vinho é o suco fermentado das uvas e tem um lugar positivo de destaque na Bíblia:
1. O próprio Deus fornece “o vinho, que alegra o coração do homem”, assim como dá “o alimento, que lhe sustém as forças” (Sl 104.14.15).
2. Ele promete ao seu povo que, se lhe obedecerem, Ele os abençoará com uma abundância de vinho (Dt 7.13; 11.14; Pv 3.10; etc.).
3. Ele ameaça retirar essa bênção deles se eles desobedecessem à sua Lei (Dt 28.39; 51; Is 62.8).
4. As Escrituras ensinam claramente que Deus permite que seu povo desfrute de vinho e bebidas fortes como um presente Dele: “Esse dinheiro, dá-lo-ás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, ou ovelhas, ou vinho, ou bebida forte, ou qualquer coisa que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR, teu Deus, e te alegrarás, tu e a tua casa” (Dt 14.26).
5. Sob certas circunstâncias, é até ordenado por Deus que vinho e bebida forte sejam dados (Pv 31.6,7).
6. O vinho era usado na adoração a Deus (Êx 29.40, Lv 23.13; Nm 15. 5,7,10; 28.14),
7. A Bíblia diz que o vinho é algo que alegra a Deus e também ao homem (Jz 9.13).
(G.I. Williamson, Wine in the Bible & the Church).
O Senhor Jesus Cristo institui a Última Ceia com vinho – não com suco de uva. O vinho tem sido usado pela Igreja de Cristo nos últimos 2000 anos. Apenas em 1869, em plena ebulição do movimento de abstinência americano, que combatia todo e qualquer consumo de bebida alcoólica, as igrejas protestantes daquele país, influenciadas pelo pastor e dentista metodista Thomas Bramwell Welch (1825-1903), passaram a trocar o vinho pelo suco de uva pasteurizado criado por ele (ver, christianhistoryinstitute.org/magazine/article/raise-a-juice-box).
Uma vez que o Brasil era campo missionário para as igrejas americanas, não demoraria muito para que também pastores e presbíteros brasileiros fossem influenciados à mudança. Ou seja, uma prática bíblica e milenar dentro da igreja foi mudada sem autorização do nosso Senhor Jesus Cristo, o Cabeça da Mesa, um pouco mais de 152 anos, por razões humanistas e sem qualquer precisão bíblica, na tentativa de tratar um problema externo e mundano – o abuso de bebidas alcoólicas entre cidadãos americanos. Vale a pena lembrar que o apóstolo Paulo não tratou o problema da embriaguez na Santa Ceia em Corinto abolindo o vinho e trocando-o por suco de uva (cf. 1Co 11.17-34).
Após mais de um ano orando e estudando sobre o assunto, considerando as pregações e estudos à luz das Escrituras ministrados pelo pastor da igreja por quase 6 anos, compreendendo ainda, que nossa Congregação (assim como todas as igrejas de Cristo no mundo) em seus primórdios fazia uso do vinho na Comunhão, o Conselho concluiu que usar suco de uva em vez de vinho na Ceia do Senhor, não era o melhor e mais preciso, segundo o sentido sacramental da Comunhão.
2 – Que diferença faz usar suco ou vinho?
O vinho, como dom de Deus e sinal de sua bênção, foi usado durante a Páscoa e na instituição da Ceia do Senhor, e seguir esse padrão é muito bíblico. O vinho é um presente de Deus, mas a Ceia do Senhor é um presente ainda maior. Esta é uma maravilhosa graça que Ele concedeu ao seu povo, a de poder participar de seu Corpo e Sangue.
O Evangelho é como vinho e não como suco de uva. O suco de uva é um elemento apropriado para a igreja moderna e moribunda usar. Um elemento inerte para um sacramento inerte em uma igreja inerte. Mas, quando Deus age e agita seu povo pactual através da pregação, o que acontece? Voltamos a uma observância bíblica desta Ceia, que não pode ser nada mais do que uma declaração poderosa.
3 – Quem decidiu promover esta troca?
Resp.: O Conselho da Igreja, no uso de suas atribuições bíblicas, confessionais e constitucionais, por unanimidade, tomou essa decisão em obediência a Palavra de Deus.
4 – Como o vinho é apenas símbolo do sangue de Cristo posso participar da Santa Ceia apenas comendo do pão sem beber do vinho?
Resp.: Não temos autorização dada por Cristo para isso:
“Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mateus 26.26-28).
Nossa comunhão é com o corpo e o sangue de Cristo, representados por meio do pão e do vinho:
“Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?” (1 Co 10.16).
5 – O “fruto da videira” utilizado na Santa Ceia por Cristo era suco ou vinho fermentado?
Os que proíbem o uso do vinho na Ceia do Senhor apontam que Jesus fala consistentemente do “cálice” sendo preenchido com “o fruto da videira” – não o vinho [oinos na língua grega] (Mt 26.29; Mc 14.25; Lc 22.18). Porém, “o fruto da videira” é o equivalente funcional de “vinho”, tanto no judaísmo quanto no cristianismo. Se essa expressão for tomada literalmente, levaria a uma conclusão absurda: ela ensinaria que o copo está cheio de uvas inteiras não amassadas!
As observações das seguintes autoridades, no entanto, devem ajudar a esclarecer essa noção equivocada.
Dunlop Moore escreve:
A expressão “fruto da videira” é empregada por nosso Salvador nos Evangelhos sinópticos para denotar o elemento contido no cálice da Santa Ceia. O fruto da videira é literalmente a uva. Contudo, os judeus desde tempos imemoriais têm usado essa frase para designar o vinho consumido em ocasiões sagradas, como na Páscoa e na noite do sábado. A Mishná [uma das principais obras do judaísmo] afirma expressamente que, ao pronunciar as bênçãos, “o fruto da videira” é a expressão consagrada para יינּ yayin [vinho em hebraico]” (De. Bened, cap. 6, parágrafo I).
Os Pais da Igreja, bem como os rabinos judeus, entenderam que “o fruto da videira” significa vinho no sentido adequado. Nosso Senhor, ao instituir a Ceia após a Páscoa, valeu-se da expressão invariavelmente empregada por seus conterrâneos ao falar do vinho da Páscoa. Em outras ocasiões, ao empregar a linguagem da vida comum, ele chama o vinho pelo seu nome comum.
O Dicionário de Davis concorda com Moore:
Fruto da videira, designação usada por Jesus na instituição da Ceia do Senhor… é a expressão empregada pelos judeus desde tempos imemoriais para o vinho consumido em ocasiões sagradas, como na Páscoa e na noite do sábado (Mishna, Berakoth, VI.1). Os gregos também usavam o termo como sinônimo de vinho, que era capaz de produzir embriaguez (Heródoto, I. 211, 212).
Heinrich Seeseman observa a frase “fruto da videira”:
“É óbvio… que de acordo com o costume, Jesus estava oferecendo vinho no cálice sobre o qual Ele pronunciou a bênção; isso pode ser visto especialmente na solene expressão “fruto da videira” (γεννήματος τῆς ἀμπέλου) … que foi emprestado do judaísmo.”
Até mesmo na antiguidade pagã, a expressão “o fruto da videira” significa vinho de teor alcoólico, como descobrimos em Heródoto (Histórias, 1:211, 212). Isso pode ser útil para explicar o problema da embriaguez nos cultos de comunhão, na problemática igreja de Corinto (1 Coríntios 11.21-22).
6 – Se queremos ser fiéis as ordenanças de Cristo porque o pão servido nos dias de hoje contém fermento?
Resp.: Porque essa era uma exigência quanto à celebração da Páscoa. É importante distinguir a Páscoa instituída pelo SENHOR no Antigo Testamento, da Santa Ceia instituída por nosso Senhor Jesus na noite da última Páscoa. Na Antiga Aliança, as exigências da Páscoa quanto ao uso do pão asmo (sem fermento), ervas amargas e cordeiro assado, não foram ensinadas por Cristo aos seus discípulos, quando Ele instituiu o Sacramento. É importante notar que a única exceção foi o vinho, que assim como na antiga Páscoa deveria ser utilizado para encher o cálice.
Por essa razão, o pão usado na Ceia do Senhor pode ser fermentado ou não, pois isso é menos importante do que o verdadeiro significado da expressão “fruto da videira” que, conforme já vimos, deve ser vinho e não suco de uva pasteurizado. Ou seja, o elemento deve ser pão, mas o Sacramento em si não dá ênfase à natureza do fermento no pão.
7 – O que dizer a um ex-alcoólatra convertido quanto ao serviço exclusivo de vinho na Santa Ceia? Por que não incluir uma bandeja mista com vinho e suco de uva?
Resp.: Assim como toda e qualquer tentação que sofremos, a única fonte de perigo para o alcoólatra ser tentado à embriaguez é o seu próprio coração pecaminoso. É muito importante lembrar que não há conhecimento em qualquer literatura, dados históricos ou pesquisas, que o Sacramento usado de forma piedosa e santa nas igrejas de Deus tenha provocado tal coisa.
De forma que, o uso do vinho na Santa Ceia, longe de levar pecadores a cair em total desgraça, torna-se um lenitivo santo, fazendo aqueles que são tentados ao abuso aprenderem o significado verdadeiro do bom e adequado uso do vinho.
Pode também ser um meio de graça precisamente para aqueles que lutaram contra o uso imoderado da bebida alcoólica e encontraram perdão e nova vida em Cristo. O Rev. John W. Mahaffy, pastor da Igreja Presbiteriana Ortodoxa nos Estados Unidos, testemunha essa experiência:
“Um de nossos membros conta sobre uma igreja conhecida de onde vieram muitos membros, com uma forte história de embriaguez, da qual se arrependeram. Alguns desses membros testemunham a alegria libertadora de receber Cristo no Sacramento na mesma substância em que foram escravizados. Enviei um rascunho inicial deste artigo a um pastor que já passou por essa luta (e hoje é abstêmio), pedindo-lhe para comentar particularmente sobre as ocasiões em que experimenta o vinho no momento da Santa Ceia. Ele me respondeu o que cito abaixo com sua permissão:
Não tenho problemas ou tentação se o Sacramento tiver vinho. Isso demorou um pouco. Até hoje, quando sei que há vinho fermentado, digo dentro de mim: “Meu Senhor, bebo isso como um ato de adoração”. (Wine or Grape Juice, John Mahaffy).
Mas, incluir vinho e suco de uva na mesma bandeja não resolveria o problema? Se nosso principal objetivo é obedecer ao Cabeça da Mesa, Jesus Cristo, fazendo uso do elemento correto no cálice, a aplicação de diferentes formas (vinho e suco de uva) na bandeja tornaria prejudicial à unidade expressa na Comunhão do Sacramento.
8 – O que dizer a um comungante que possua intolerância a qualquer um dos elementos da ceia?
Resp.: Qualquer membro que tenha intolerância a um dos elementos deverá encaminhar essa demanda para o Conselho da Igreja que avaliará cuidadosamente a situação considerando a sua especificidade. Destacamos ainda que, no estudo dado em classe única o percentual alcoólico de um vinho suave (12%) em um cálice de 8ml de vinho é de 0,96 a 1ml de álcool. Uma quantidade extremamente pequena que não provocaria dificuldades para a grande maioria dos participantes.
9 – O que dizer a um comungante menor de idade quanto ingerir álcool?
Resp.: Em nosso país, menores de 18 anos não podem comprar ou consumir bebidas alcoólicas publicamente. No contexto religioso e familiar, essa responsabilidade pertence aos pais que podem permitir ou não que seus filhos menores de idade participem de cultos religiosos no exercício da liberdade religiosa no Brasil.
À guisa de exemplo, em 2010, o CONAD (Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas) autorizou, inclusive para menores de 18 anos, o uso religioso do Santo Daime ou Ayahuasca, chá que contêm substância alucinógena utilizada em rituais de determinada seita brasileira, nos seguintes termos:
c) a liberdade religiosa e o poder familiar devem servir à paz social, à qual se submete a autonomia individual;
d) deve ser reiterada a liberdade do uso religioso da Ayahuasca, tendo em vista os fundamentos constantes das decisões do colegiado, em sua composição antiga e atual, considerando a inviolabilidade de consciência e de crença e a garantia de proteção do Estado às manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, com base nos arts. 5 o, VI e 215, § 1o da Constituição do Brasil, evitada, assim, qualquer forma de manifestação de preconceito” (CONAD, Resolução No 1, de 25/01/ 2010).
O entendimento do CONAD portanto é o de permitir a ingestão da ayahuasca por menores de 18 (dezoito) anos, ficando seu uso sujeito à autorização de quem detém o poder familiar.
Nas igrejas cristãs que administram vinho na Comunhão, não encontramos na legislação brasileira qualquer proibição da participação de menores na Santa Ceia, cabendo aos pais, no exercício do poder familiar determinarem se seus filhos devem ou não tomar parte neste Ato Sacramental.
Destacamos mais uma vez a importância do entendimento bíblico de que esse é um ato de adoração – comer pão e tomar vinho – e que a própria quantidade oferecida (um pequeno pedaço de pão e um pequeno cálice) são suficientes para demonstrar tudo isso.
10 – Quero me aprofundar nesta doutrina a quem devo recorrer ou consultar?
Resp.: O membro deverá procurar os presbíteros da igreja, pois são os seus pastores. O pastor como presbítero docente, inclusive, já está preparando uma série de aulas que será disponibilizada em vídeo com esse objetivo.
11 – Por que a assembleia dos membros da igreja não foi consultada sobre a retomada do vinho?
Resp.: Porque a responsabilidade quanto às questões de Governo e Administração de uma igreja local compete aos presbíteros, e isso inclui as questões de Fé, Doutrina e Ética. Como pastores do rebanho esses homens são os guardiões da Palavra de Deus. O sistema bíblico de governo eclesiástico (presbiteriano) se manifesta através daqueles que são escolhidos em Assembleia pelo povo pactual e ordenados para o ofício de presbítero.
Os presbíteros poderiam simplesmente orar e estudar sobre o assunto e, tomada a decisão bem fundamentada na Palavra de Deus, comunicar à igreja sobre o retorno a prática bíblica do vinho como máxima expressão do que Jesus chamou de o Fruto da Videira.
Entretanto, um Conselho precisa ensinar ao rebanho que Cristo lhe confiou, que suas discussões e decisões devem contemplar não somente as questões teológicas envolvidas na Ceia do Senhor, mas também os efeitos pastorais sobre as ovelhas. Nossas ações devem incentivar não apenas a maturidade teológica, mas também a santificação prática e amorosa. E foi justamente por isso que promovemos um estudo bíblico em classe única, concedendo a oportunidade de que os membros pudessem tirar as suas dúvidas.
Conclusão
1. A autoridade máxima sobre o cristão é o Senhor. Somente Ele, é o único Senhor sobre a consciência de um indivíduo (Rm 14.3-4, 7-9, 12-13, 22). Para Ele, permanecemos ou caímos; a Ele devemos prestar contas no final.
2. O Senhor não nos abandona nas trevas a tatear em busca da sua vontade para nós: Ele nos deu a sua Palavra para nos guiar nas veredas da justiça (2 Tm 3.16-17; Sl 119.105).
3. Devemos viver de cada palavra que sai da boca de Deus, não do homem (Dt 8.4).
4. Devemos viver de acordo com nossas convicções. Enquanto tivermos uma convicção santa e piedosa diante de Deus, devemos consistentemente viver essa convicção (Rm 14.5, 12, 22-23).
5. A essência do pecado é viver contra Deus (Gn 3.1-5; 1Jo 3.4). Consequentemente, se acreditamos verdadeira e profundamente que alguma convicção deriva da vontade de Deus, devemos viver de acordo com essa crença até que a abandonemos com base em mais evidências das Escrituras. Lembre-se finalmente que, sob a influência da revelação divina (At 10.9-17), Pedro abandona as leis alimentares cerimoniais (que foram legalmente desobrigadas na cruz, Ef 2.15).
Nele, que é a Videira verdadeira,
Rev. Alan Kleber Rocha
Pastor Titular da Igreja Presbiteriana de Aracaju