Amada congregação,
Graça e paz!
A Santa Ceia é uma graciosa refeição pactual. Todo o cristão precisa saboreá-la com alegria e gratidão em sua alma. Provamos do pão da vida e bebemos do vinho da nova aliança a cada celebração, sentados à Mesa do nosso Senhor Jesus Cristo. De modo que, aprender sobre esse Sacramento, os nomes bíblicos pelos quais o Senhor nos apresenta através das Escrituras a Santa Ceia é de grande importância para a igreja.
1. Comecemos com o nome mais comum. O apóstolo Paulo se refere ao Sacramento instituído por nosso Senhor Jesus Cristo como a Ceia do Senhor. Esta é a palavra que ele usa em 1 Coríntios 11.20:
“Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis”
2. Ele também o chama de cálice da bênção:
“Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?” (1 Coríntios 10.16).
Precisamos nos lembrar da figura de linguagem chamada sinédoque, onde uma parte pode ser aplicada ao todo. Obviamente, Paulo não quer limitar a bênção ao cálice, excluindo o pão. Consequentemente, vemos que toda a Ceia do Senhor é uma bênção.
3. A Ceia do Senhor também é um agradecimento. Quando Paulo pronuncia as palavras da instituição, ele diz:
“Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu [quebrou] e disse: Isto é o meu corpo, que é dado [quebrado] por vós; fazei isto em memória de mim” (1 Coríntios 11.23–24).
A Ceia do Senhor é uma celebração, uma verdadeira festa. Devemos nos lembrar do Senhor, e parte do que lembramos é que Ele rendeu graças por Seu sacrifício. A palavra grega para ação de graças é de onde vem a palavra Eucaristia (ευχαριστεω eucharisteo; v 1. ser grato, sentir gratidão; 2. dar graças, agradecer).
4. A Ceia também é chamada de Mesa do Senhor:
“Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (1 Coríntios 10.21).
Observe que temos duas mesas e os adoradores participam de cada uma da mesma maneira – por meio de um pacto. Em outras palavras, não é quando vamos à Mesa do Senhor que um “milagre” pactual acontece. O mundo em que vivemos é pactual, e a única escolha que temos é entre sentar-nos à Mesa do Senhor em obediência pactual ou sentar-se em outro lugar em idolatria pactual.
Não temos a opção de sentar-se em uma mesa sem pacto. Elas não existem. Isso nos mostra que o Sacramento não é uma ilha pactual no meio de um mundo sem pacto. Em vez disso, tudo ao nosso redor deve ser visto em categorias pactuais – isso inclui até mesmo a descrença – com a Mesa do Senhor no centro da vida de fé de um povo pactual.
5. Outro nome comum para a Ceia é Comunhão:
“Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo?” (1 Coríntios 10.16)
A palavra para comunhão aqui é κοινωνια koinonia, que se refere à nossa comunhão com Cristo e, consequentemente, nossa comunhão uns com os outros. No livro de Atos, também é chamado de partir o pão:
“No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite” (Atos 20.7).
6. E, por último, a Ceia do Senhor pode ser chamada de Cálice da Nova Aliança:
“Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (1 Coríntios 11.25-26).
Então, considerando todas as coisas juntas, o que tudo isso significa?
1. Considere o que estamos fazendo. Não possuímos a Ceia, pois ela é a Ceia do Senhor. Jesus Cristo é o anfitrião. Ele é o dono da casa, o Senhor da Mesa. Ele é aquele que oferece o banquete pois pagou todas as suas despesas através da sua obra redentora. Quando nos aproximamos de maneira adequada, recebemos uma bênção que jamais receberíamos em outras situações comuns. Este cálice é um cálice de bênção, que o distingue de todas os outros cálices.
2. Se diante da morte, no Senhor Jesus foi capaz de dar graças, quanto mais o seu povo pactual deve se reunir para celebrar eucaristicamente esta Ceia. Devemos olhar ao redor do santuário enquanto discernimos o corpo do Senhor em nossos santos irmãos – isso é koinonia, a verdadeira comunhão. Testemunhamos nossa lealdade ao participar da Mesa do Senhor. Este é o nosso juramento pactual. Partimos o pão, assim como o Pai partiu o corpo de Seu Filho. E assim, nós nos lembramos do cerne da Nova Aliança no sangue do Cordeiro, que é a remissão dos nossos pecados.
3. Na Mesa do Senhor temos uma oportunidade gloriosa de crescer na fé, à medida que a Palavra ordena o Sacramento e o Sacramento enriquece a Palavra:
“Falo como a homens sábios; julguem o que eu digo. O cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?” (1 Coríntios 10.15-16).
Nesse texto, Paulo presume que está se dirigindo aos sábios. Ele não fala com aqueles que reagem aos outros, mas sua mensagem é para aqueles que se submetem ao ensino da Palavra.
Aprendemos aqui que a Ceia do Senhor é um meio de bênção. Pão e Vinho são claramente um meio de graça. Paulo identifica o cálice como um cálice de bênção. Isso significa que quando um crente vem à Ceia do Senhor e participa dela de maneira digna, ele é abençoado por Deus quando se aproxima.
4. Esta é uma bênção que o comungante não teria recebido se não tivesse participado. Paulo diz aqui que há bênçãos associadas a este cálice, e no próximo capítulo de 1 Coríntios, Paulo deixa bem claro que o abuso da Ceia traz as maldições pactuais de Deus:
“Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem. Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo” (1 Coríntios 11.27-32).
Os cristãos em pecado são advertidos sobre a participação incorreta na Ceia. Aqueles que desconsideram a advertência são culpados do corpo e sangue do Senhor. Eles são informados de que sua participação neste Sacramento faz muito mais mal do que bem para suas almas.
Conclusão
Cristão, essas promessas e ameaças nos permitem ver que a Ceia do Senhor não se trata apenas de uma cerimônia religiosa vazia.Quando nos reunimos como igreja em tono da Mesa do Senhor, fazemos isso a fim de demonstrar nossa contínua compreensão e fidelidade à Nova Aliança. Portanto, a participação na Ceia é um ato de fidelidade pactual. A participação na Ceia é um ato de renovação pactual.
Seja bem-vindo à Mesa do Senhor!
Rev. Alan Kleber Rocha