Em seu livro Getting Things from God: Great Chapters on Prayer (Obtendo Coisas de Deus: Grandes Capítulos sobre Oração), Charles Blanchard defende que a oração respondida significa obter de Deus exatamente aquilo pelo que oramos. Ele abominava a ideia predominante em seus dias (e também hoje) de que o “não” de Deus é uma resposta à oração. De acordo com Blanchard, a oração respondida denota que Deus dá a seus filhos o que eles pedem.

É quase inconcebível entre os reformados hoje, que se escreva um livro com este título e argumento audaciosos e cheios de fé. Infelizmente, reavivar a oração como uma força poderosa na igreja e na cultura simplesmente não está no topo da agenda evangélica dos nossos dias. E justamente por isso que ficamos intrigados com a insignificante influência do cristianismo na igreja e na cultura d atualidade.

Contudo, a Bíblia em todos os lugares declara que o povo de Deus espere que Deus faça exatamente o que Ele diz que fará – incluindo, especialmente, responder à oração de seu povo justificado e cheio de fé. Ela também declara que Deus não responderá às orações daqueles que não esperam que Ele opere – em outras palavras, pessoas incrédulas e duvidosas não podem esperar que Deus responda às suas orações insignificantes e incrédulas:

Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos (Tiago 1:5-8, ênfase adicionada).

O reformador protestante João Calvino, cuja ênfase na doutrina predestinação alguns poderiam supor, o colocaria em desacordo com uma ênfase igualmente forte na confiança através da oração, escreveu:

Que tipo de oração seria essa? “Ó Senhor, realmente duvido que estejas ou não inclinado a me ouvir; mas sendo oprimido pela ansiedade, eu voo para ti para que, se eu for digno, tu possas me ajudar”. Nenhum dos santos cujas orações são dadas nas Escrituras assim suplicaram. Tampouco somos assim ensinados pelo Espírito Santo, que nos diz para “achegar-nos com ousadia ao trono da graça, a fim de obtermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4:16); e em outro lugar nos ensina a “ter ousadia e acesso com confiança pela fé em Cristo” (Efésios 3:12). Essa confiança de obter o que pedimos, uma confiança que o Senhor ordena, e todos os santos ensinam por seu exemplo, devemos, portanto, segurar com ambas as mãos, se quisermos orar com alguma vantagem. A única oração aceitável a Deus é aquela que brota (se assim posso expressar) dessa presunção de fé e é fundamentada na plena certeza da esperança.

Se a Bíblia for verdadeira, então podemos esperar que, quando com fé simples, honesta e obediente clamarmos a Deus por provisão material, Ele a suprirá. Quando imploramos a Deus para curar os enfermos, Ele os curará. Quando imploramos a Deus para converter nossos amigos e parentes incrédulos, Ele os converterá. Quando orarmos e jejuamos para que Deus envie um reavivamento na igreja e reforme a cultura, é exatamente isso que veremos. E se não recebermos essas respostas, devemos perseverar em oração e não devemos distorcer a Bíblia para ajustá-la às nossas insignificantes experiências, mas perguntar se não cumprimos as condições que Deus estabelece para responder à oração.

Quatro coisas devemos sempre ter em mente com respeito a doutrina da oração:

  1. Deus ouve a oração;
  2. Deus atende à oração;
  3. Deus responde à oração, e;
  4. Deus liberta pela oração.

Estas coisas não podem ser repetidas com muita frequência. A oração quebra todas as barreiras, dissolve todas as correntes, abre todas as prisões e alarga todas as dificuldades pelas quais os santos de Deus têm estado presos. Você não acreditará realmente na Bíblia se não acreditar nas promessas de Deus ao responder à oração.

Em Cristo,

Rev. Alan Kleber Rocha