A oração tem a ver com o homem inteiro. A oração abrange o homem em todo o seu ser, alma e corpo. É preciso que o homem inteiro ore, e a oração afeta o homem inteiro em seus graciosos resultados. Como toda a natureza do homem entra em oração, também tudo o que pertence ao homem se beneficia quando ele ora.

O cristão todo recebe benefícios por meio da oração. O cristão inteiro deve ser entregar a Deus em oração. Os maiores resultados na oração vêm para aquele que entrega, tudo de si, tudo o que lhe pertence, a Deus. Este é o segredo da consagração total, e esta é uma condição para uma oração bem-sucedida e o tipo de oração que traz os maiores frutos.

Nos tempos antigos, os crentes que foram operosos em oração, que fizeram grande coisas acontecerem, que moveram Deus a fazer grandes coisas, foram aqueles que se entregaram inteiramente a Deus por meio de suas orações. O Senhor deseja e deve ter tudo o que há no homem para responder às suas orações.

Ele deseja ter filhos sinceros por meio dos quais possa realizar seus propósitos e planos concernentes aos seus destinos. Deus deseja ter os homens em sua totalidade. Nenhum homem de mente dupla precisa se candidatar. Nenhum homem vacilante pode ser usado. Nenhum homem com lealdade dividida entre Deus e o mundo pode alcançar os benefícios da oração.

Santidade é plenitude, e assim Deus quer crentes santos, sinceros e verdadeiros, para seu serviço e para a obra de oração. “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts. 5:23). O homem é um em todos os fundamentos e atos e atitudes de piedade. Alma e corpo devem se unir em todas as coisas pertencentes à vida e à piedade.

O corpo, antes de tudo, se engaja na oração, pois assume a atitude orante quando o crente ora. A prostração do corpo nos convém tanto na oração quanto a prostração da alma. A atitude do corpo conta muito na oração, embora seja verdade que o coração pode estar altivo e exaltado, e a mente apática e vagando, e a oração uma mera forma, mesmo quando os joelhos estão dobrados em oração.

O profeta Daniel ajoelhou-se três vezes ao dia em oração. O Rei Salomão ajoelhou-se em oração na dedicação do templo. Nosso Senhor Jesus no Getsêmani prostrou-se naquele período memorável de oração pouco antes de sua traição. Onde há oração sincera e fiel, o corpo sempre assume a forma mais adequada ao estado da alma no momento. O corpo junta-se à alma na oração.

Portanto, o cristão inteiro deve orar. Vida, coração, temperamento, mente, estão no cristão inteiro. Cada uma das partes e todas juntas participam do exercício de oração. Dúvida, hesitação, afeições divididas, são todas estranhas ao caráter e conduta daquele que na intimidade de sua devoção busca a Deus por meio da oração.

No momento da oração, um intelecto leal deve conspirar e adicionar a energia e o fogo de sua fé, inabalável e indivisa, a essa hora bendita da oração. Necessariamente a mente entra na oração porque é preciso pensar para orar. O intelecto nos ensina que devemos orar. Pensando seriamente de antemão, a mente se prepara para se aproximar do trono da graça.

O pensamento precede ao ato de devoção e prepara o caminho para a verdadeira oração. O pensamento considera o que será pedido na hora da oração. A verdadeira oração não deixa à inspiração da hora quais serão os pedidos daquele momento. Como orar é pedir algo definido a Deus, então, de antemão, surge o pensamento: “O que devo pedir quando for orar?”

Todos os pensamentos vãos, maus e frívolos são eliminados, e a mente é entregue inteiramente a Deus, pensando nele, no que é necessário e no que foi recebido no passado. Portanto, a oração, ao tomar conta do cristão por inteiro, não deixa de fora a mente. O primeiro passo na oração é mental. Os discípulos deram esse primeiro passo quando disseram a Jesus certa vez: “Senhor, ensina-nos a orar”. Devemos ser ensinados por meio do intelecto, e apenas na medida em que o intelecto é entregue a Deus em oração, seremos capazes de aprender bem e prontamente a lição correta sobre a doutrina da oração.

Rev. Alan Kleber Rocha