Acampamento da Família, fevereiro de 2023

Como congregação, crescemos muito ao longo desses 122 anos. Somos muito gratos pelo que Deus nos deu, e somos ainda mais gratos pelo que Ele nos tirou. Pela fé, confiamos que, com o passar dos anos, cresceremos ainda mais profundamente nessa graça que o Senhor nos tem dispensado.

O texto:

“Assim digo para que ninguém vos engane com raciocínios falazes. Pois, embora ausente quanto ao corpo, contudo, em espírito, estou convosco, alegrando-me e verificando a vossa boa ordem e a firmeza da vossa fé em Cristo. Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças. Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade. Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos” (Colossenses 2:4-12).

Visão geral:

O apóstolo Paulo estava preocupado que a igreja de Colossos não fosse arrastada para erros plausíveis (v. 4). Embora estivesse longe deles, seu espírito estava junto a eles. Ele se alegrou ao ver a ordem deles (v. 5), juntamente com a firmeza da sua fé em Cristo Jesus. Paulo os lembrou que ser cristão deve ser conduzido segundo os mesmos princípios de tornar-se cristão (v. 6). Eles aprenderam a fé desde a raiz e estavam bem estabelecidos. O apóstolo declarou que os colossenses estavam ligados a esta raiz pelo fruto, que é a ação de graças (v. 7). Ele os advertiu sobre aqueles homens que foram educados além de sua inteligência e que iriam mimá-los através do mundanismo mental (v. 8). Eles deveriam rejeitar esse tipo de coisa com base na Encarnação (v. 9), o que não é a mesma coisa que rejeitá-la por preguiça intelectual. Cristo é agora o cabeça de todos os principados e potestades, e nós, cristãos, estamos completos Nele (v. 10), o que nos coloca também sobre esses principados e potestades. Deus nos fez reis e sacerdotes na terra. Fomos separados para Ele por meio da circuncisão espiritual (v. 11), que é identificada com o batismo (v. 12). Nesse batismo, somos ressuscitados com Ele pelo mesmo poder que O ressuscitou dentre os mortos.

Obedecendo a sua Ordem

Já comentamos antes sobre o valor de uma palavra importante no versículo 5 aqui. A adoração deveria ser um fluxo de consciência espontâneo e de fluxo livre? A resposta é não. O apóstolo se alegra ao ver a ordem da igreja de Colossos. A palavra grega aqui é taxos e se refere a uma disciplina militar. Para obter o mesmo efeito, poderíamos traduzi-la como arregimentação. O culto litúrgico é definido, disciplinado, planejado e ordenado.

Mas, tendo-o definido desta forma, como deveríamos fazer, precisamos ter em mente que este tipo de disciplina cria o seu próprio conjunto de tentações. Como igreja cristã que tenta estabelecer um padrão robusto de adoração, precisamos estar orientados para as próximas tentações, não para as tentações de dez anos atrás. É a curva à frente que nos levará ao destino, e não a curva da estrada a 10 quilômetros de volta.

Estamos perfeitamente conscientes dos problemas do culto popular dos nossos dias, em oposição ao culto ordenado que queremos ter, e que o apóstolo Paulo elogia em Colossenses 2. Mas seremos tão tolos a ponto de pensar que não há erros associados à “arregimentação”? De forma alguma, e por isso o motivo dessa pastoral.

Amem suas Bíblias

Ao ouvirmos a leitura das Escrituras, é totalmente apropriado simplesmente ouvir. A Palavra de Deus quando ouvida está tendo um efeito diferente do que a Escritura simplesmente lida. Mas, porque temos esboços de sermões e uma ordem de culto, é bem possível passar por um culto inteiro sem ter que abrir suas Bíblias uma única vez. Agora, intelectualmente, isso pode ser bastante defensável – mas ainda não é uma boa declaração litúrgica (Atos 17:11). Não sigam suas Bíblias como se estivessem lendo um contrato oferecido por um vendedor cuja honestidade você suspeita. Você deve acompanhar a leitura e pregação da Palavra de Deus porque, como os bereanos, você está entusiasmado com o que está revelado ali.

Ao mesmo tempo, levantando outra questão litúrgica, alguns de vocês não estão acompanhando suas Bíblias porque têm filhos pequenos e estão tentando manter a ordem moral em sua fileira enquanto tentam adorar. Seja paciente e faça isso cada vez mais. Não somos supersticiosos quanto à nossa prática litúrgica de leitura da Bíblia. Você deve ter uma visão elevada da adoração da Igreja, mas não permita que a igreja se interponha entre você e a Palavra de Deus.

Orações formais

Devemos nos afastar, e com razão, da oração divagante e extemporânea. Quando oramos ao Senhor, na maioria das vezes o ministro já pensou ou escreveu esta oração com antecedência. Mas tome cuidado para não cair em uma falsa compreensão disso. Nós prontamente equiparamos o entusiasmo na oração à falta de noção, e a preparação à letargia devocional. Praticar os movimentos de artes marciais com antecedência é uma atividade planejada, mas chega um momento em que você precisará realmente se envolver em uma luta. Portanto, toda a preparação deve vir acompanhada de foco, disciplina e força emocional. Com demasiada frequência, o culto litúrgico é conduzido como o zumbido de uma mosca contra a janela no outro extremo do museu. Para evitarmos que a liturgia formal se transforme num insulto a Deus, ela deve ser fervorosa e robusta.

Vinho à Mesa

O Senhor Jesus estabeleceu uma refeição pactual e o fez com vinho e pão. Ele fez o que fez por razões bíblicas e, no entanto, no século XIX, o movimento de temperança nos Estados Unidos causou muitos danos a esta bebida dada por Deus influenciando consequentemente campos missionários, como o Brasil. Foi estabelecido, além de qualquer dúvida razoável, que o Senhor estabeleceu esta refeição com vinho, e não com suco de uva.

E assim toda a congregação, e não apenas o pregador, proclama a morte do Senhor enquanto participamos juntos desta refeição. Mas não se esqueça: esta Mesa não deve ser vista como um crucifixo protestante, com Jesus morrendo perpetuamente ou morto para sempre. Participamos do Cristo vivo. Através do poder do Espírito Santo, participamos aqui da morte e ressurreição de Cristo. Estamos sendo unidos com Ele, osso de Seus ossos e carne de Sua carne.

Lembre-se do que fazemos

Todas as semanas ascendemos aos lugares celestiais para adorar a Deus Pai em nome do Filho, no poder do Espírito Santo. Isto começa com o chamado à adoração, onde os céus se abrem e somos arrebatados pelo poder do Espírito. Reconhecemos primeiro a nossa pecaminosidade, confessando os nossos pecados, sabendo que estamos nos aproximando de um Deus santo. Nós nos consagramos a Deus, ouvindo a Sua Palavra e oferecendo a Ele tudo o que temos e somos. Feito isso, nos sentamos à mesa com nosso Senhor e temos comunhão com Ele. Este é um serviço de renovação da aliança. E sempre que isso ocorrer, você será abençoado, comissionado e enviado ao mundo para promover a causa do reino de Deus. É por esse meio, realizado com fé, que Deus estabelece Sua obra no mundo. Mas lembre-se de que Ele faz isso, não apenas por termos a forma correta de adoração, mas também por termos o coração correto, fervoroso em zelo, e transformado pela graça de Jesus.

Nele, que prometeu estar conosco todos dias,

Rev. Alan Kleber