Na pastoral sobre o pensamento e prática de Calvino acerca da Grande Comissão, ficou evidente que o reformador buscou cumprir com afinco a ordem de Cristo em Mt 28.16-20. Seu pensamento teve grande influência ao longo dos anos chegando aos teólogos que compuseram a Assembleia de Westminster, os quais produziram os Símbolos de Fé de Westminster.
A Assembleia de Westminster foi resultado de uma convocação do Parlamento Inglês, pois, “desde julho de 1643 até fevereiro de 1649, reuniu-se em uma das salas da Abadia de Westminster, na cidade de Londres, o Concílio conhecido na História pelo nome de Assembleia de Westminster.” Esta, produziu três documentos, a saber: Confissão de Fé de Westminster, Catecismo Maior e Breve Catecismo.
A Confissão de Fé de Westminster “foi a última das confissões formuladas durante o período da Reforma”, a qual seguindo “o plano adotado no tempo da Reforma, é mais elaborada e apresenta um pequeno sistema de teologia. Esse sistema é conhecido pelo nome de Calvinismo, por ser o que João Calvino ensinou, e foi aceito pelas Igrejas Reformadas”.
Dentro desse sistema de teologia encontra-se o capítulo 25, denominado “DA IGREJA”, no qual afirma-se o seguinte na seção 3: “A esta Igreja Católica Visível Cristo deu o ministério, os oráculos e as ordenanças de Deus, para congregação e aperfeiçoamento dos santos, nesta vida, até ao fim do mundo, e pela sua própria presença e pelo seu Espírito os torna eficazes para esse fim, segundo a sua promessa”. Nessa seção, um dos textos prova utilizados pelos teólogos dessa assembleia é o de Mateus 28.19,20, o qual é conhecido como a “Grande Comissão”, tornando assim evidente o fato de que esta assembleia tinha o pensamento missionário.
O pensamento e prática missionária continuaram, pois, “as igrejas reformadas ou presbiterianas rapidamente se difundiram por muitas partes da Europa”, e de modo particular, foi de grande importância a entrada das igrejas reformadas “nas Ilhas Britânicas, em especial no reino da Escócia, onde a igreja presbiteriana se tornou a igreja estatal em 1560, mediante decreto do Parlamento.”
No desenrolar da história, um dos resultados foi a formação da igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América, a qual, no século 19, foi “tomada pelo fervor missionário que caracterizou o protestantismo norte-americano na esteira dos grandes avivamentos”. Essa igreja criou a Junta de Missões Estrangeiras, a qual “rapidamente começou a enviar missionários para várias partes do mundo”, sendo a nação brasileira, um dos alvos para a abertura de “um novo campo no Império do Brasil, a grande nação sul-americana que havia alcançado sua independência poucas décadas antes”. Para esse novo campo, a Junta de Missões Estrangeiras enviou o missionário Ashbel Green Simonton, o fundador da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Somos presbiterianos, somos calvinistas. Queira o Senhor nos dar a graça de continuarmos pensando e praticando missões em nosso tempo, pois assim cumpriremos a Grande Comissão e glorificaremos o nosso Salvador.
Em Cristo, o Senhor das missões,
Rev. Élisson Oliveira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSEMBLEIA DE WESTMINSTER. Símbolos de Fé: Confissão de Fé, Catecismo Maior e Breve Catecismo, 2ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2014.
MATOS, Alderi Souza de. Uma igreja peregrina: História da Igreja Presbiteriana do Brasil de 1959 a 2009. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.