Salmo 2
O Salmo de hoje nos apresenta uma profecia maravilhosa do reinado do Messias, o Rei dos reis. A profecia não se refere ao reinado de Deus em Sua soberania, que é o resultado necessário do relacionamento do Criador com o mundo por Ele criado, mas, a um reinado que resulta do Seu decreto soberano – o reinado mediador do Senhor Jesus Cristo. Em outras palavras, Deus governa o mundo. Porém, Ele governa o mundo de forma redentora através de Jesus Cristo. Então,
“Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido, dizendo:” Rompamos os seus laços
e sacudamos de nós as suas algemas. Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles. Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá. Eu, porém, constituí o meu Rei
sobre o meu santo monte Sião. Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua
possessão. Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra. Servi ao SENHOR com temor e alegrai-vos
nele com tremor. Beijai o Filho para que se não irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados todos os que nele se refugiam” (Salmo 2).
Somos cristãos e vivemos na Nova Dispensação do Pacto. Isto significa, entre outras coisas, que devemos procurar que o Novo Testamento nos ensine o que o Antigo Testamento significa. Nosso método para aprender o significado deste Salmo é prestar muita atenção ao que o Novo Testamento diz sobre ele.
Estas referências do Novo Testamento precisam ser nossos pontos de ancoragem. Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs?
Somos informados em Atos 4:24-28 que os dois primeiros versículos do Salmo 2 são uma profecia acerca da crucificação de Jesus. Também aprendemos que o autor desse Salmo foi o Rei Davi. Além disso, vemos nele a base para dizer que o assassinato de Cristo foi predestinado. Deus usou a maldade dos homens para salvar o mundo. Agora, em Atos 13:33, aprendemos que o versículo 7 do nosso salmo é uma profecia da ressurreição. Este versículo também é citado em dois outros lugares. Hebreus 1:5 nos mostra que esta passagem mostra a supremacia de Cristo sobre os anjos. Hebreus 5:5 cita isso descrevendo Cristo entrando em Seu ofício como sumo sacerdote. Colocando-os juntos descobrimos que na ressurreição, Cristo é gerado dentre os mortos, entra em Sua obra sumo sacerdotal e é feito mais elevado do que os anjos.
Depois, há uma vara de ferro. O livro de Apocalipse refere-se três vezes ao versículo 9, e o uso ali é muito interessante. Apocalipse 19:15-16 se refere ao governo de Cristo sobre as nações, tendo em vista a Sua ira. Apocalipse 12:5 se refere simplesmente ao governo de Cristo sobre as nações. E Apocalipse 2:26-27, nos ensina que Cristo governa as nações através de Seus santos. Deus nos fez reis e sacerdotes sobre a
terra.
Então, quais são as implicações práticas do Salmo 2? Este salmo tem doze versículos. Sabemos que os versos 1 e 2 falam sobre a crucificação, que o verso 7 é sobre a ressurreição e que o verso 9 aborda o reinado de Cristo através de Sua Palavra na Igreja. O que então aprendemos com o restante do salmo? Tendo estabelecido pontos fixos através de citações autorizadas do Novo Testamento, estamos em condições de ver o que o resto significa.
A linguagem do verso 3 se refere ao ressentimento das nações pelo fato de terem que trabalhar sob o jugo do Senhor Jesus Cristo. Então, chegamos ao riso de Deus e precisamos considerar duas coisas:
1) Primeiro, se o riso de Deus pode realizar coisas tão grandes e terríveis, como será a Sua ira?
2) E em segundo lugar, quem poderia ter pensado nisso – o riso divino – quando o sol escureceu, os discípulos se dispersaram, nosso Senhor se achou angustiado, o Sinédrio exultante, Satanás triunfante, Pedro miserável, Judas em desespero e Maria em lágrimas? E ainda assim, no verso 5. por mais que os homens estivessem furiosos e rebeldes, o Senhor faria o que determinou fazer através de tudo isso.
O verso 6 diz que apesar de seus planos lamentáveis, o Senhor estabeleceria Seu Rei em Sião, por mais
que eles detestassem a ideia. Agora no verso 8, após a crucificação e logo após a ressurreição, o Deus Todo-Poderoso estende um convite ao Seu Filho, Jesus Cristo – Ele o convida a apenas pedir. O que pertence a Jesus Cristo agora? Que nação exista que não seja Sua posse atual? Você consegue encontrar uma? Existe alguém que Ele não reivindique como Seu? Ele se recusou a pedir um? Lembre-se, o cetro de ferro se estende sobre todos os povos, línguas, raças e nações (v. 9).
Conclusão
“Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra. Servi ao SENHOR com temor e alegrai-vos nele com tremor. Beijai o Filho para que se não irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira.” (vv. 10-12) Vemos que o Senhor já recebeu Sua herança. O assunto está resolvido. A questão não está sendo apresentada às Nações Unidas para consideração. O reinado de Cristo foi estabelecido. As nações que se opõem a isso perturbam os decretos de Deus tanto quanto os cães que latem para a lua a perturbam. É por isso que Jesus Cristo reina redentoramente em toda a terra. Os cristãos são aqueles que são chamados a crer no que o Senhor declarou a respeito disso. Aquele que confia na Sua Palavra é sempre abençoado. Deus falou sobre este assunto glorioso – somos abençoados ao ouvi-lo? Nós acreditamos Nele? Jesus reina desde o rio até os confins da terra. Mas, qual
rio? Isso não importa. Do Tâmisa ao Hudson, do Nilo ao Ganges, do Reno ao Mississippi, do Potomac ao Amazonas, o nome do Senhor será louvado e sacrifícios puros serão oferecidos a Ele em todas as nações, porque toda a autoridade lhe foi dada no céu e na terra (Mateus 28:18). Bem-aventurados todos os que nele se refugiam!
Rev. Alan Kleber