Os pecados da minha juventude

Salmo 25

Absalão rouba o coração do povo. Ilustração de William Hole (1846-1917)

O Salmo 25 é um apelo contínuo por ajuda, embora contenha algumas coisas que podemos ter dificuldade em conciliar. E aqui encontramos novamente, uma das razões pelas quais precisamos ser treinados para orar como o salmista Davi orou. Este é o segundo salmo penitencial, e é o primeiro composto como um acróstico (cada sentença começa na ordem do alfabeto hebraico). Provavelmente, o Salmo 25 foi composto durante a rebelião de Absalão.

O TEXTO

A ti, SENHOR, elevo a minha alma. Deus meu, em ti confio; não seja eu envergonhado, nem exultem sobre mim os meus inimigos. Com efeito, dos que em ti esperam, ninguém será envergonhado; envergonhados serão os que, sem causa, procedem traiçoeiramente. Faze-me, SENHOR, conhecer os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas. Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação, em quem eu espero todo o dia. Lembra-te, SENHOR, das tuas misericórdias e das tuas bondades, que são desde a eternidade… (Salmo 25:1-22).

VISÃO GERAL

Sua alma anteriormente havia sido abatida, e assim ele a eleva ao SENHOR (v. 1). Sua confiança está em Deus, e assim ele ora para que não seja envergonhado por seus inimigos (v. 2). Expandindo isso, ele pede que ninguém que confie em Deus seja envergonhado (v. 3). Davi pede para conhecer o caminho certo (v. 4); ele suplica para ser ensinado (v. 5). Ele implora pela antiga bondade do SENHOR (v. 6). Ele pede que Deus, segundo Sua misericórdia e bondade, não se lembre dos pecados de sua juventude (v. 7). Porque Deus é bom e reto, Ele o fará (v. 8). Ele guiará e ensinará os mansos (v. 9). Aqueles que guardam o pacto são guardados na aliança (v. 10).

Mas, por que Deus deveria perdoar Davi? É porque seus pecados são grandes e muitos (v. 11). Se um homem teme a Deus, então Deus o ensinará (v. 12). Não apenas ele será ensinado, mas sua descendência herdará a terra (v. 13). A intimidade de Deus está com aqueles que O temem. Estes são aqueles que conhecerão o pacto (v. 14). Olhe para Deus; Ele o resgatará (v. 15). Davi suplica a Deus para fazer exatamente isso (v. 16). Seus problemas cresceram e se expandiram, e ele precisa de livramento (v. 17). Ele não separa seus problemas e seus pecados (v. 18). Ele separa seus problemas e pecados, por um lado, e seus inimigos por outro (v. 19). Nesse contexto, ele pede novamente por livramento (v. 20). Ele espera em Deus e será preservado pela integridade e retidão (v. 21). E expandindo seu apelo novamente, ele pede que todo Israel seja resgatado (v. 22).

UM ARGUMENTO ANTIGO

Nunca esqueça que Deus ama você. Porém, mais do que isso, nunca esqueça por quanto tempo Deus tem te amado. “Lembra-te, SENHOR, das tuas misericórdias e das tuas bondades, que são desde a eternidade” (v. 6). O amor de Deus não é algo transitório, superficial ou momentâneo. Enquanto você defende o seu caso diante de Deus, não tenha medo de apelar ao precedente. Davi ensina sobre como argumentar diante de Deus. Nunca reclame de Deus, mas aprenda a reclamar para Deus.

A INTIMIDADE DO SENHOR

Esta intimidade do Senhor é para aqueles que O temem (v. 14).  A palavra סוד “côd” significa “conselho” ou “assembleia”,  e nesse versículo revela uma verdade preciosa: é no meio do povo de Deus, no culto público, que o Senhor revela a sua aliança. O que Deus fará por tais pessoas? Ele lhes mostrará o Seu pacto. Esta é a promessa de Deus. O pacto é um tópico muito debatido e disputado hoje em dia. A igreja, portanto, está em grande necessidade e somenteo Senhor pode nos mostrar Sua aliança. Como isso pode ser feito? Não por meio da leitura de livros volumosos. O pacto é vida, e filhos, e gerações, e negócios, e refeições, tudo conduzido de uma certa maneira.

Isso é alcançado pelo temor. Tema a Deus e ande pela fé. Aliás, o temor do SENHOR, assim como a serpente de Moisés, devora todas as serpentes menores. O temor a Deus devorará todos os medos menores. E se você temer a Deus, então o que Ele fará com você? Ele mostrará Seus caminhos (v. 4). Ele guiará em Seus caminhos (v. 4). Ele guiará e ensinará (v. 9). O caminho do Senhor tem dois cavalos em sua carruagem – misericórdia e verdade (v. 10). Uma chave para entender isso é lembrar que o temor do Senhor é uma forma de andar.

Parte do segredo que é mostrado é este: a glória do pacto nos capacita a reconhecer nossa grande pecaminosidade diante de Deus (vv. 7, 11, 16, 18), e nos permite ficar diante de nossos inimigos e não nos envergonharmos (vv. 2-3, 10, 19-22). Como isso é possível? Você realmente quer saber? Tema a Deus, e Ele dará a conhecer a Sua aliança.

POR CAUSA DO SEU NOME

Quanto maior a doença, maior é a honra do médico que a cura. Quanto maior o pecado, maior glória é atribuída a Cristo quando Ele o perdoa. Mas, isso não é calculado através do cálculo carnal que Paulo refuta em Romanos 6. A grandeza do pecado está aqui arrependida. Ao contrário de Faraó – que se arrependeu dos golpes duros que estava recebendo, mas continuou alimentando com rebeldia seu coração duro – essa pessoa se arrepende do pecado. Arrepender-se das consequências do pecado é muito diferente de se arrepender do pecado em si. E ainda assim, Deus ensina sobre o pecado através das consequências.

Deus faz isso por causa do Seu nome (v. 11). “Posto que as nossas maldades testificam contra nós, ó SENHOR, age por amor do teu nome; porque as nossas rebeldias se multiplicaram; contra ti pecamos” (Jr. 14:7). O perdão é segundo a Sua bondade, é segundo a Sua misericórdia (v. 7). Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados (1Jo. 1:9). O perdão é segundo Deus, não segundo o homem. Isso nos dá um lugar para ficar quando suplicamos. A grandeza do nosso pecado não nos desqualifica diante daquele que nos faz conhecer todo o Dia do Senhor a sua gloriosa aliança.

Nele, o nosso Refúgio,

Rev. Alan Kleber

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